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Saiba a importância do diagnóstico precoce da tuberculose para salvar vidas

Casos da doença apresentam redução, mas especialistas alertam para a importância da detecção e do tratamento adequados

Jamille Marques | Especial em O Liberal
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A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que, até o momento, foram registrados 644 novos casos de tuberculose no Pará em 2025. No mesmo período de 2023, o número foi de 1.258, enquanto em 2024 foram 1.342. Ao longo de todo o ano de 2023, foram contabilizados 5.598 casos e, em 2024, o total foi de 5.084.

Em Belém, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), foram registrados 137 novos casos neste ano, sendo 89 em janeiro e 48 em fevereiro. Em 2024, o total de casos foi de 1.412, e em 2023, de 1.373. Em relação às mortes, foram duas registradas até o fim de fevereiro deste ano, enquanto em 2024 foram 125 e, em 2023, 183 óbitos.

Apesar da redução nos números, especialistas reforçam que a tuberculose ainda é uma preocupação de saúde pública e que o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e interromper a transmissão da doença.

Principais sintomas e formas de transmissão

A tuberculose é uma infecção bacteriana que afeta, principalmente, os pulmões, mas pode comprometer outros órgãos. Segundo o infectologista Marcelo Cordeiro, a forma pulmonar da doença se manifesta, principalmente, por tosse persistente, que pode vir acompanhada de secreção e, em alguns casos, escarro com sangue. Outros sinais de alerta incluem perda de peso sem explicação, fadiga e falta de apetite.

Ele conta que por se tratar de sintomas que podem ser confundidos com outras doenças respiratórias, é essencial que qualquer pessoa com sinais persistentes procure uma unidade de saúde para avaliação. “A transmissão ocorre pelo ar, por meio de partículas eliminadas por pessoas infectadas, especialmente nos casos de tuberculose pulmonar e laríngea. Já as formas extrapulmonares, como a tuberculose renal, não apresentam risco de contágio, mas podem comprometer gravemente a saúde do paciente” alerta o infectologista.

Prevenção e diagnóstico

O infectologista Marcelo Cordeiro explica que a vacinação é uma das principais formas de prevenção. A BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), aplicada logo após o nascimento, protege contra formas graves da tuberculose em crianças pequenas. Além disso, manter ambientes bem ventilados e evitar aglomerações também ajuda a reduzir a propagação da doença. “O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar rapidamente o tratamento e evitar complicações. Além da avaliação médica, exames laboratoriais são essenciais para detectar a infecção”, conta Marcelo.

Segundo o infectologista, “Os dois testes mais utilizados são: a pesquisa de Bacilo Álcool Ácido Resistente (BAAR), que é um exame de baixa sensibilidade e o Teste Rápido Molecular (TRM), exame mais sensível que consegue identificar o DNA da bactéria causadora da tuberculose, ajudando ainda a verificar se há resistência a um dos medicamentos utilizados no tratamento. Ambos são realizados por meio da análise de amostra orgânica do paciente, como o escarro”, ressalta Marcelo.

Ele também fala sobre outra opção que serve para diagnosticar ou acompanhar o tratamento para tuberculose, que é o exame de cultura. O teste consiste em realizar um cultivo de amostra orgânica em um processo que permite o crescimento das bactérias, quando presentes. “Apesar de ser um exame muito sensível, logo, mais preciso, é também demorado”, diz o médico. Por último, ele conta que a radiografia do tórax também é indicada como exame complementar no caso da versão pulmonar da enfermidade.

Tratamento e adesão ao protocolo médico

De acordo com o infectologista, o tratamento da tuberculose é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e dura, em média, seis meses. Para garantir a cura, é fundamental seguir rigorosamente o uso dos medicamentos. A interrupção precoce do tratamento pode levar à resistência aos antibióticos, tornando a doença mais difícil de tratar. 

“A tuberculose é uma doença curável, mas o sucesso do tratamento depende do diagnóstico precoce e da adesão completa ao regime terapêutico. A informação é uma das nossas principais aliadas na luta contra essa enfermidade”, enfatiza Marcelo Cordeiro.

O médico explica que a combinação de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado, a tuberculose pode ser controlada, reduzindo sua incidência e impacto na saúde pública.

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