Profissionais da educação paraense analisam nova lei que limita uso de celular nas escolas

Em geral, educadores veem a legislação como uma oportunidade de melhorar o ambiente escolar e potencializar o aprendizado

Igor Wilson

A sanção da lei que limita o uso de celulares e aparelhos eletrônicos nas escolas públicas e privadas em todo o Brasil, nesta segunda-feira (13), gerou discussões importantes no meio educacional do Pará. Com a medida sancionada pelo presidente Lula e com regulamentação aguardada pelo Governo Federal, educadores paraenses veem a legislação como uma oportunidade de melhorar o ambiente escolar e potencializar o aprendizado.

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Para a pedagoga e professora da Universidade Estadual do Pará, Dra. Leila Cristina Almeida, a nova legislação traz benefícios importantes ao definir normas gerais para o uso dos aparelhos dentro de sala de aula.

“Agora haverá uma normativa que vai disciplinar o uso do celular na escola, sobretudo na sala de aula. Isso é muito interessante, uma vez que os professores - e a escola na totalidade - e até mesmo os pais, percebiam esse uso frenético dos aparelhos pelos alunos a qualquer momento como uma grande distração. Agora vai ser disciplinado, normatizado, porque a ideia é em 30 dias regulamentar essa lei. Então, isso é algo muito bom, uma grande vantagem”, afirma a especialista.

A professora também ressalta que, embora o celular tenha sido considerado um vilão em muitos contextos escolares, ele pode ser uma ferramenta poderosa se usado de forma estratégica e os professores não devem temer a sua utilização "na hora adequada".

"O celular em sala de aula não é o grande vilão e agora esse projeto de lei vai disciplinar o uso da ferramenta. O próprio aparelho celular, no uso do professor como uma mediação para qualquer processo de aprendizagem do aluno, não pode se tornar anacrônico, isso não pode acontecer", destaca Dra. Leila. Ela acredita que, se bem integrado, o celular pode enriquecer o ensino, sem prejudicar a disciplina ou o foco dos estudantes.

Com mais de 17 anos de experiência na rede estadual de ensino, a professora mestre Lorena Martins confirma as preocupações com a distração proporcionada pelos aparelhos móveis. Para ela, os alunos utilizam o celular em sala de aula principalmente para jogos online, muitas vezes com colegas que estão na mesma sala, prejudicando todo o ambiente.

"Do ponto de vista pedagógico, com certeza essa nova lei é muito positiva. Porque há muito o celular vem prejudicando o rendimento dos alunos durante as aulas. Por mais que a gente converse, sempre eles encontram uma maneira para usar o celular, principalmente para jogar", afirma Lorena.

Ela destaca que a limitação do uso do celular será benéfica não só para o aprendizado dos alunos, mas, para as interações sociais. "Na hora do intervalo, o aluno acaba ficando direto no uso do celular, deixando de lado a interação social com outros colegas, o que prejudica a todos. Eles estão ali, entre os colegas, jogando online, ou seja, não é só um aluno, são vários, gerando grande prejuízo", observa. Para Lorena, a medida será um alívio para muitos educadores que enfrentam diariamente a dificuldade de engajar os alunos em atividades educativas.

A nova lei também permite que o uso dos celulares seja restrito apenas para fins pedagógicos, o que, segundo os profissionais, pode explorar o potencial das tecnologias em favor da educação. Ambas as educadoras concordam que, com uma regulamentação clara e uma adaptação dos métodos de ensino, o uso controlado dos dispositivos pode contribuir significativamente para uma educação mais dinâmica e conectada com as novas demandas tecnológicas.

Em Belém, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) já se prepara para adaptar suas diretrizes, com o apoio da regulamentação federal que deve ser publicada em breve. O secretário Patrick Tranjan, em suas declarações, também demonstrou otimismo com a medida, afirmando que, além de melhorar a aprendizagem, a regulamentação contribuirá para o bem-estar psicológico da comunidade escolar.

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