Pará teve 5,5 mil internações por AVC em 2022; saiba identificar os sinais da doença

Como forma de alertar sobre acerca dos riscos, nesta quarta-feira (15), é celebrado o Dia Estadual de Combate ao AVC

Gabriel Pires
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O Pará registrou 5.597 internações e mais de 900 óbitos em decorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) — doença popularmente conhecida como derrame — em 2022, conforme apontam dados do Sistema de Informações Hospitalares do DataSUS. É a segunda doença que mais mata e a principal causa de incapacitação no Brasil. Para alertar sobre acerca dos riscos, nesta quarta-feira (15), é celebrado o Dia Estadual de Combate ao AVC no Pará. A data foi criada pela Lei n°9.589, de 11 de maio de 2022, como forma de conscientizar sobre os fatores de risco, sintomas e o diagnóstico da doença.

O AVC se dá quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, resultando em uma paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. No mundo todo, mais de 17 milhões de pessoas são acometidas por AVC todos os anos. Esse panorama indica que uma a cada 4 pessoas (cerca de 25% da população) será afetada em algum momento da vida. Somente no Brasil, são registrados 400 mil casos e 100 mil mortes anualmente. A região Norte e comunidades com cuidados com a saúde deficiente e, consequentemente, baixa qualidade de vida são as mais atingidas, segundo aponta o Instituto AVC da Amazônia (IAVC).

O médico neurocirurgião Eric Paschoal, membro do comitê científico do IAVC, explica que a alteração cerebrovascular “tem como causa primária um processo inflamatório crônico que, em um dado momento, se torna agudizado com o comprometimento de funções cerebrais”. Assim, os neurônios daquela região afetada morrem, causando sequelas ou até morte do paciente. “Os idosos são os mais acometidos, são mais inflamados devido ao processo natural do envelhecimento e possuem maior tendência a desenvolver a agudização de uma doença que cursa com inflamação”, complementou Eric.

Tipos e causas do AVC

Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos distintos. O isquêmico é o mais comum, acontece em cerca de 85% dos casos, em razão do entupimento das artérias cerebrais. O tipo hemorrágico se instala devido ao rompimento de um vaso e extravasamento de sangue para o tecido cerebral, e divide-se em subtipos: intraparenquimatoso (que ocorre diretamente no tecido cerebral), causado pelos níveis de pressão arterial muito elevados, representando 10% dos casos. Enquanto o subaracnóideo (meníngeo), geralmente está associado a um aneurisma cerebral rompido e possui a maior chance de mortalidade entre todos os casos.

“As causas podem ser modificáveis e não modificáveis. Porém, cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados com medidas preventivas, tais como o controle da hipertensão arterial e glicemia, abstenção do tabagismo, baixo consumo de bebidas alcoólicas, prática regular de atividade física e uma alimentação saudável com mais verduras e legumes. Os  fatores não modificáveis são as doenças genéticas,  a exemplo da displasia fibromuscular, anemia falciforme, policitemia, entre outras”, frisou Paschoal.

A dificuldade de abraçar por fraqueza em um dos lados do corpo, desvio da boca para um lado, dificuldade para cantar, falar ou compreender e dor de cabeça acentuada são os principais sinais de alerta. Menos comuns, porém não menos importantes, são sintomas como uma crise de convulsão e a perda da consciência. “Diante da suspeita, o 192 deve ser acionado imediatamente. O paciente deve ser submetido a exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética para confirmar o diagnóstico e  ser submetido a intervenção terapêutica o quanto antes. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, menores são os danos causados ao paciente”, alertou o especialista.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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