Pará já utiliza três das cinco principais vacinas em produção no mundo
São elas: CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer. O Brasil e o Pará ainda não disponibilizam a Moderna e Sputnik. Conheça mais sobre cada uma delas
A população global chegou a 7,8 bilhões, em julho de 2020. Para milhares de pessoas no mundo, as vacinas contra a covid-19 oferecem grande esperança para reverter as ondas da pandemia que ocorrem, há mais de um ano, inclusive no Brasil, no Pará e em Belém. Até o último dia 4, tiveram a primeira dose aplicada 1,21 bilhão de pessoas e 291 milhões estavam totalmente imunizadas, isto é, apenas 3,7% da população mundial, de acordo com dados do Our World In Data.
Se continuar nesse ritmo lento, estudos apontam que a maior parte da população adulta nas economias avançadas será vacinada em meados de 2022. Para os países de renda média, como o Brasil, o cronograma se estende até o final de 2022 ou mesmo o início de 2023. Enquanto as nações mais pobres do mundo, como da África e Ásia, podem ter que esperar até 2024 para que a imunização em massa aconteça.
Segundo informações da BBC News Brasil, até o dia 6 de abril deste ano, em todo o mundo, mais de 200 vacinas passavam por testes de eficácia e segurança. Caso obtenham aprovação e entrem em produção, elas podem aumentar exponencialmente os programas globais de imunização.
A primeira vacina aprovada no mundo, no Reino Unido, foi a Pfizer, em 2 de dezembro de 2020. No Brasil, somente a partir de 17 de janeiro de 2020 o governo federal, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Ministério da Saúde, passou a autorizar vacinas como uso emergencial.
Desde lá até a última quarta (5), segundo informa em nota, o MS distribuiu mais de 71,3 milhões de doses de vacinas covid-19 para todos os estados e Distrito Federal. No País e no Pará, por enquanto, os imunizantes usados são a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan; AstraZeneca/Universidade de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Pfizer, produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer, em parceria com a empresa alemã BioNTech. No entanto, a Pfizer foi distribuída somente às capitais, como Belém, devido à logística de baixa temperatura exigida para a conservação do produto.
Hoje outras principais vacinas em produção – e que ainda não chegaram no Brasil nem no Pará – são a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, em parceria com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e a Moderna, desenvolvida pela empresa norte-americana de Biotecnologia Moderna. Na quarta (5), o MS foi questionado sobre como andam os pedidos de aprovação para o uso emergencial de ambas as vacinas no Brasil, mas não respondeu à reportagem.
Pará recebeu apenas dois milhões de doses
Até segunda (3), o Pará, que conta com população estimada em 8,7 milhões de habitantes, recebeu somente 2.095.430 doses de vacinas contra a covid-19 dos tipos CoronaVac/Sinovac, Oxford/AstraZeneca e Pfizer. Como cada pessoa precisa receber duas doses, apenas um milhão de pessoas são imunizadas por completo no Estado.
Devido à falta suficiente de vacinas no Brasil, prefeitos e governadores se organizam e participam de consórcios, para aquisição de mais imunizantes às populações dos seus estados e suas cidades, como é o caso do Pará e de Belém.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), informa que o governador Helder Barbalho (MDB) se reuniu na terça-feira (4), com a embaixada russa para facilitar o diálogo entre o Instituto Gamaleya, produtor da vacina Sputnik V, e a Anvisa. A Sespa declara ainda que o governo do estado “acompanha com cautela as negociações entre a fabricante do imunizante e a Anvisa para validação da vacina no Brasil”.
A Coordenadoria de Comunicação (Comus) da Prefeitura de Belém informa que o prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) está em Brasília (DF), para tratar de diversos assuntos, entre eles o consórcio de vacinas. “Só teremos uma posição após as audiências realizadas em Brasília”, diz a nota.
- Três vacinas contra a covid-19 em produção no mundo que já chegaram no Brasil e no Pará:
1 - CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan
Principais características:
A CoronaVac utiliza o método de “vírus inativado”, um dos processos mais reconhecidos e seguros na produção de vacinas, utilizado, por exemplo, nas vacinas contra a gripe e contra a hepatite A. A técnica consiste em “matar” o vírus que entra na formulação, bastando sua presença para estimular reações do sistema de defesa, que passa a criar anticorpos. A eficácia geral apresentada pelo Butantan foi de 50,38%. A vacina também pode ser armazenada em geladeiras comuns, em temperaturas entre 2°C e 8°C. A segunda dose é aplicada após 21 dias da primeira.
2 - AstraZeneca/Universidade de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Principais características:
A vacina contém um outro vírus já conhecido como vetor para introduzir genes do Coronavírus nas células. Nesse caso, o laboratório utilizou um adenovírus que infecta chimpanzés. O vírus foi alterado geneticamente e faz o corpo humano produzir anticorpos ao ter contato com esse vetor. A eficácia geral divulgada pelo laboratório atingiu os 50% exigidos pela Anvisa. A vacina pode ser mantida em geladeiras comuns, em temperatura entre 2°C e 8°C. A segunda dose é aplicada até 12 semanas da primeira.
3 - Pfizer, produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer, em parceria com a empresa alemã BioNTech. No entanto, foi distribuída somente às capitais, como Belém, devido às logísticas de baixa temperatura exigidas à conservação do produto.
Principais características:
A vacina da Pfizer carrega um RNA mensageiro, que estimula o organismo a produzir uma proteína específica do coronavírus. Depois de produzida, o sistema imunológico pode reconhecer a vacina como um antígeno e, assim, cria imunidade contra a doença. Em geral, a Pfizer é 95% eficaz na prevenção de covid-19. A Anvisa flexibilizou a temperatura de conservação das doses e os frascos podem ser guardados em temperaturas entre -25ºC e -15ºC até duas semanas. Em Informe Técnico, publicado no último dia 2, o MS orienta que estados e municípios apliquem a segunda dose com 12 semanas de intervalo (três meses).
- Duas principais vacinas em produção no mundo, mas que ainda não estão em uso no Brasil nem no Pará:
1 - Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, na Rússia, em parceria com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF).
Principais características:
A Sputnik V teve, em geral, efetividade de 97,6%, de acordo com anúncio feito dia 19 de abril de 2021, pelo Instituto Gamaleya. Ela usa uma tecnologia conhecida como vetor viral não replicante, que já é pesquisada há décadas pela indústria farmacêutica e é a mesma da vacina de Oxford. Esse tipo de vacina usa outros vírus inofensivos para simular no organismo a presença de uma ameaça mais perigosa e que se deseja combater para gerar uma resposta imune. A condição de conservação da temperatura é de -18ºC. O intervalo de uma dose para outra é de 21 dias.
2 - Moderna, desenvolvida pela empresa norte-americana de Biotecnologia Moderna.
Principais características:
A Moderna também funciona a partir de uma fórmula que carrega um RNA mensageiro. Em geral, o imunizante apresentou 94,5% eficaz na prevenção da doença. Pode ser armazenado em temperaturas de aproximadamente -20 °C, em freezer comum. Segundo os especialistas, as duas doses podem ser administradas em um intervalo de 28 dias (seis semanas). Pode ser estendido para 42 dias, em circunstâncias excepcionais.
- Até dia 6 de abril de 2021, em todo o mundo, mais de 200 vacinas passavam por testes de eficácia e segurança.
IMPORTANTE:
Mesmo após a vacinação parcial ou total, especialistas recomendam que ainda é necessária uma rotina de higiene com álcool em gel e sabão, assim como a utilização de máscaras, isolamento e distanciamento social.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA