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ONG Médicos Sem Fronteiras garante atendimento às pessoas vítimas de violência sexual no Marajó

Para 2025, a ONG está concentrada em garantir a implementação do fluxo intersetorial para as pessoas sobreviventes de violência sexual.

Bruna Lima
fonte

A ONG humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua no Brasil desde a década de 90 e começou esse trabalho pela Amazônia, com os indígenas. No Pará, o trabalho é realizado na região da Ilha do Marajó, no município de Portel. Na zona urbana  atua no Hospital Geral, e em oito Unidades Básicas de Saúde (UBS). Já na zona rural, em algumas comunidades como Acagantá e Santo Amaro. Para 2025, a ONG está concentrada em garantir a implementação do fluxo intersetorial para as pessoas sobreviventes de violência sexual.

Leonardo Moura da SIlva, Analista de Assuntos Humanitários e Advocacy, explica que a ONG tem dificuldades para encontrar profissionais especializados para atuarem na região, “mas temos conseguido atrair excelentes profissionais para desenvolver o trabalho aqui. O fato de levar mais de 14 horas de barco para chegar até a capital é um fator que gera dificuldade. Além disso, por ser uma região com difícil acesso terrestre alguns serviços ou produtos só podem ser encontrados em cidades maiores. Mas esperamos com a construção da rodovia até Cametá isso possa mudar e impactar positivamente a cidade de Portel e o Marajó como um todo”, explica o analista. 

Sobre os principais atrativos dos profissionais para atuarem no Pará, Leonardo destaca que o estado é rico em cultura e biodiversidade. É um local onde os profissionais de saúde podem aprimorar suas capacidades técnicas para levar saúde e construir um perfil profissional dinâmico devido as necessidades em saúde da região. “Nós, aqui em Portel, podemos impactar a vida dos nossos beneficiários através do trabalho que desenvolvemos”, pontua.

Equipe multidisciplinar

A equipe de Médicos Sem Fronteiras (MSF) é multidisciplinar e conta cerca de 40 profissionais de diferentes áreas, como médicos, obstetriz, psicólogos, enfermeiros, assistente social e promotores de saúde. Além disso, contamos com 15 colegas de suporte, como administradores, logísticos e motoristas.

Atendimentos 

Em 2024, foram realizadas 2057 consultas médicas, das quais 574 foram em menores de 5 anos. Houve um aumento notável em diversas áreas, como nas consultas de cuidados de pré-natal, que chegaram a 548. Além disso, 630 mulheres receberam serviços para cuidados com a saúde da mulher como consultas pré-natais e consultas pós-natais. Também foram realizadas 109 consultas individuais pela equipe de saúde mental, que também promoveu 45 sessões em grupo com 978 participantes. A equipe de Promoção de Saúde organizou 474 sessões de promoção da saúde com uma participação de 4819 pessoas e 272 reuniões comunitárias.

Já em uma segunda fase do projeto, em maio de 2024, MSF passou a focar suas atividades no atendimento de pessoas sobreviventes de violência sexual, apoiando a Secretaria Municipal de Saúde e outros atores relevantes no desenvolvimento e implementação de um novo fluxo de atendimento às pessoas sobreviventes de violência sexual.

Leonardo Moura  explica que a ação de MSF para abordar a temática de violência sexual busca contribuir para o fortalecimento do acesso a serviços de saúde de pessoas sobreviventes de violência sexual em Portel por meio do desenvolvimento de fluxos de atendimento intersetoriais (conectando saúde, proteção, assistência social, segurança pública e justiça). “Nosso objetivo é apoiar a elaboração de protocolos que evitem a revitimização, priorizem e facilitem o atendimento médico de sobreviventes de forma humanizada; apoio aos serviços de saúde através de capacitação dos profissionais de saúde e apoio técnico para elaboração de fluxos internos de atendimento”, explica.

Capacitação

Ao mesmo tempo, junto às comunidades, a ONG busca capacitar agentes comunitários de saúde (ACS) e fortalecer as capacidades locais para a identificação de casos de violência sexual e apoio às pessoas sobreviventes. Assim, MSF vem realizando atividades com atores-chave das comunidades para conscientizar e sensibilizar a população sobre o tema.

Em Portel, as equipes de MSF colaboram em dois eixos principais relacionados à essa temática: na definição das etapas necessárias para o atendimento humanizado às pessoas sobreviventes e na capacitação de profissionais que realizam o acompanhamento de saúde a esses pacientes.

A parceria com a Secretaria Municipal de Saúde começou em março de 2023, quando a organização iniciou as atividades na região da Ilha do Marajó para levar cuidados de saúde à população, principalmente em comunidades ribeirinhas localizadas em áreas remotas.

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