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Mokae: sabores paraenses que conquistam o mundo

Unindo tradição e inovação, culinária da Amazônia cresce como grande força ao turismo

Gabi Gutierrez
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A gastronomia paraense tem ganhado cada vez mais destaque no cenário internacional por sua riqueza de sabores e pela conexão única com a biodiversidade da Amazônia. Ingredientes como o pirarucu, o tucupi e o cumaru, que antes eram restritos a cozinhas regionais, agora são explorados em pratos que aliam tradição e inovação.

Um dos exemplos dessa expansão é o Mokae, restaurante em Belém que une técnicas contemporâneas, como o Dry-Aged de pescado, ao uso de produtos locais, mostrando como a culinária amazônica pode abrir portas para novos mercados e experiências. “Eu reproduzi por muito tempo a culinária internacional. Agora queria fazer diferente, trazer a culinária paraense, internacional”, planeja o dono do restaurante.

Atração turística à mesa

O estabelecimento tem atraído visitantes de diversas partes do Brasil e do exterior. “Cerca de 50% do público é de fora, muitos vindo de países como França e Inglaterra, além de turistas do Sul e Sudeste do Brasil”, conta Alvino. Para atender a essa demanda crescente, especialmente com a proximidade da COP-30, a sua equipe recebeu treinamento específico, incluindo cursos de inglês.

Além disso, a casa investe em experiências completas, que valorizam tanto o sabor quanto a história dos pratos, encantando os turistas com a riqueza da gastronomia amazônica.

Mokae: sabores paraenses que conquistam o mundo

No restaurante, métodos foram adaptados para espécies amazônicas como o pirarucu, o tambaqui e o filhote, valorizando os peixes locais. Para garantir o sucesso, o chef Alvino realizou estudos e testes, ajustando a técnica para as condições climáticas e os perfis de sabor típicos da Amazônia. “O Dry-Aged nos permite elevar o potencial dos pescados, entregando pratos que surpreendem o paladar de quem busca algo único”, explica.

Segundo Alvino, o método de maturação, além de apurar o sabor das carnes, elimina o odor típico do pescado, popularmente conhecido como 'pitiú'. “O mal cheiro fica no líquido do peixe. Dentro da câmara, essa carne é totalmente ressecada e, com isso, vai embora também todo o pitiú. O que é um ponto a mais”, detalha o profissional.

Ingredientes regionais

O cardápio do Mokae apresenta pratos exclusivos, feitos com produtos típicos da Amazônia, como tucupi, açaí e cumaru. Entre os destaques estão o barbecue de açaí e sobremesas com caramelo de cumaru. “A aceitação tem sido muito boa. Criamos uma identidade única, que desperta curiosidade e agrada tanto turistas quanto paraenses”, afirma o chef.

Com uma lista vasta de ingredientes no cardápio do seu restaurante, o sistema de fornecedores de Alvino inclui desde produtos do Ver-o-Peso aos vindos de Santarém, no Oeste do Pará. O especialista explica: “Tudo vem daqui. Tenho contatos em Benevides, que é de onde vem o pato. Meu tucupi, do Ver-o-Peso”.

Pratos Mokae se destacam

Ele relata que, para a escolha das fontes desses ingredientes, existe um rigoroso processo de seleção. O pirarucu, por exemplo, é fornecido por comunidades de Santarém que praticam pesca manejada. Para garantir a qualidade, o pescado é pré-congelado no local de origem e transportado por avião, chegando ao restaurante em perfeitas condições. "É um cuidado essencial para preservar o frescor e a textura do peixe", justifica Alvino.

Para levar um pedaço da Amazônia

Com a grande adesão de turistas, além das refeições servidas no local, o chef disponibilizou produtos embalados a vácuo, como pirarucu defumado e molhos regionais. Assim, permite-se que os clientes levem um pouco da experiência amazônica para casa. “Nós identificamos essa demanda. Vinham aqui e sempre pediam pra embalar o restinho do prato. Era curioso. Sempre queriam levar um pouco pra alguém", conta ele.

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