Bombeiros reforçam treinamento com cães em preparação para COP 30

O Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) intensifica o treinamento de cães de raça para atuar em casos de desaparecimento em áreas de mata ou acidentes em locais de difícil acesso. O trabalho, em parceria com a Guarda Municipal, faz parte dos preparativos das Forças de Segurança para garantir a tranquilidade de turistas e participantes da COP 30, que será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025.

O treinamento é feito em Altamira, no oeste paraense, em um terreno particular com vegetação nativa, um ambiente natural em que podem ocorrer acidentes. "Por ser uma conferência que debate sobre o meio ambiente, muita gente vai querer ter contato direto com a natureza, indo a lugares mais distantes dos centros urbanos e, eventualmente, as pessoas se perder no meio da floresta, mas nós estaremos prontos para dar uma resposta rápida na solução dos casos”, destaca o subcomandante do 9° Grupamento Bombeiro Militar (GBM), o 1° tenente Ramon Sousa.

Edilandio Bezerra, sargento do 9º GBM, explica que os cães são treinados para várias situações: “Eles aprendem a fazer busca, mas também passam por treinamento de adaptação em situações que envolvam outros animais como gado, cavalo, cães, para que quando estiverem em atuação, não perderem a atenção com as circunstâncias do local, como por exemplo, uma fazenda".

Sargento Edilandio Bezerra explica que os cachorros são treinados para diferentes circunstâncias. (Bruno Cruz Agência Pará)

O coordenador do Canil da Guarda Municipal em Altamira, Éliton de Lima, explica que o trabalho integrado com o Estado é de fundamental importância porque fortalece a missão de salvar vidas. “Esse trabalho tem dado muito certo e o reflexo dessa ação integrada a gente vê nos resultados. Por exemplo, uma cadela do Corpo de Bombeiros já ajudou a salvar a vida de um senhor de idade que desapareceu em terra indígena e, em outro caso, ajudou a encontrar o corpo de uma criança morta. Uma situação que nos deixou comovidos pela fatalidade, mas felizes porque levamos alento à família da vítima que pode, então, se despedir e fazer o enterro do ente querido que estava desaparecido”, destaca o guarda municipal.

Animais se destacam na corporação

Um dos cães habilitados para o trabalho de busca é Barak, de 8 meses. Um pastor belga de Malinois com porte atlético, ativo, funcional e inteligente. Na corporação, ele é especialista em buscas por varredura de área, quando não se tem um odor específico da vítima, como nos casos de acidentes que envolvam muitas pessoas, em situações com barcos, aviões, carros etc.

O local do treinamento tem vegetação nativa, um ambiente natural em que podem ocorrer acidentes. (Bruno Cruz Agência Pará)

Outro grande case de sucesso no Quartel do Corpo de Bombeiros, em Altamira, é Meg, uma blue heeler, de 2 anos. É uma raça de pastor australiano com muita energia, inteligência e fama por ser extremamente fiel ao seu dono. Ela já auxiliou muitas missões e ajudou a desvendar casos policiais e a encontrar pessoas desaparecidas.

Com orelhas caídas e dobrinhas de pele ao redor do pescoço, Ayla, de 2 anos, se destaca pelo olfato apurado, característica que a torna especialista em encontrar objetos e pessoas somente pelo odor específico. Da raça Bloodhound, a cachorra da Defesa Civil Municipal está sendo treinada pela Guarda Municipal de Altamira.

Um cachorro equivale a 20 militares em ação. (Bruno Cruz Agência Pará)

Um ganho para a segurança pública

A coordenação do treino informa que o treinamento com cães começa a partir dos 60 dias de vida deles e segue até que os animais sejam aposentados, após longos anos de dedicação à Corporação e muitas condecorações. 

O treinamento para buscas e resgates em áreas de mata ocorre nos quartéis do Corpo de Bombeiros de Altamira, Santarém e Belém. O trabalho de buscas é feito por militares do Corpo de Bombeiros, com apoio da Guarda Municipal, e de outros parceiros da área da segurança pública. Quando há necessidade, os cães são usados para reforçar as ações policiais. Um cachorro equivale a 20 militares em ação, por causa do alcance olfativo do animal, além da agilidade e facilidade no deslocamento.