Governo promove acesso e participação de mulheres à ciência e tecnologia

Estado reconhece e incentiva o papel feminino desde a formação aos investimentos em projetos para impulsionar carreiras de sucesso

Agência Pará
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Nesta terça-feira é celebrado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência - 11 de Fevereiro. Há quase três anos, Carina Melo da Silva é coordenadora de Ciência e Tecnologia da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), onde contribui na Diretoria Científica em ações de captação de recursos nacionais e internacionais para o fomento de pesquisas em áreas estratégicas no Pará

“Eu espero que a valorização e o reconhecimento das pesquisas executadas pelas mulheres resultem na equidade de gênero na Ciência no Estado do Pará, que as mulheres ocupem os espaços de reconhecimento na mesma proporção dos homens, que tenhamos mais mulheres como bolsistas produtividade, como professoras-adjuntas, líderes de pesquisa, e que ocupem os cargos mais altos na Ciência, inspirando e oportunizando outras mulheres e meninas”, diz Carina Melo da Silva, engenheira agrônoma e doutora em Agronomia. 

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“As mulheres têm maior participação em projetos de pesquisa no Estado do que os homens, segundo dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), assim como mais mulheres têm bolsa de formação. No entanto, são em menor número líderes de projetos de pesquisa, bolsistas produtividade CNPq e professores-adjuntos de universidades. Por isso, é fundamental que o Estado execute ações que favoreçam a equidade de gênero na Ciência”, reitera a pesquisadora.

O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência marca o fomento do papel feminino em pesquisa e tecnologia. Uma oportunidade para fomentar o acesso pleno e igualitário à Ciência e a participação de mulheres e meninas.

Incentivo 

No Pará, instituições como Fapespa, Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Polícia Científica valorizam o protagonismo feminino a partir de conquistas que fortalecem a representatividade da mulher em atividades de fomento à Ciência, incentivadas pelo governo estadual.

A professora Bianca Venturieri atua há mais de 15 anos em ações contínuas de ensino e pesquisa, incluindo projetos de pesquisa e extensão, como o “Meninas nas Ciências no Pará”, implantado há mais de três anos para envolver a participação de meninas, em parceria com o Planetário do Pará Sebastião Sodré da Gama, da Universidade do Estado do Pará.

“A Uepa promove ações de incentivo a nível de graduação, pós-graduação e extensão com projetos de pesquisa, ensino e extensão, buscando o maior incentivo ao protagonismo feminino, que já é relevante na Uepa, mas precisamos estender esse protagonismo para além da Universidade envolvendo outros setores da nossa sociedade”, informa Bianca Venturieri.

Envolvimento 

Um exemplo de envolvimento no projeto é a técnica de Química do Planetário do Pará, Katiane Melo, doutora em Inovação Farmacêutica, com mestrado em Química Inorgânica e graduação em Licenciatura em Química. Ela conta que, “desde muito jovem, sempre fui encantada pela origem das coisas, desde as reações químicas no laboratório até os mistérios do Universo. Minha paixão pela ciência começou no momento em que percebi que ela não está apenas nos livros, mas também no nosso dia a dia, nas estrelas que observamos à noite no céu e nos processos que acontecem à nossa volta”. 

image Ciência está no dia a dia de todos (Reprodução)

Para Katiane Melo, a principal motivação está nas crianças que visitam o Planetário, além do desejo de ampliar o conhecimento para a comunidade e inspirar outras mulheres. “As mulheres estão ocupando, cada vez mais, espaços importantes na área da Ciência, mesmo com alguns desafios, principalmente para equilibrar a vida profissional e pessoal. Mesmo assim, mulheres estão assumindo lideranças de projetos, coordenando pesquisas e inspirando outras meninas a seguirem esse caminho”, acrescenta. 

Inovação 

No PCT Guamá, a pesquisadora Sandrynne Guimarães, doutoranda do Laboratório de Óleos da Amazônia (LOA/UFPA), também desenvolveu e concluiu o mestrado pelo LOA, instalado no Espaço Inovação. O projeto consistiu no desenvolvimento de biocurativos à base de óleos vegetais amazônicos. Ela diz que ainda hoje colhe os frutos desse trabalho, como o depósito da sua patente. Seu doutorado prossegue na área de inovação com biocurativos.

image Doutoranda Sandrynne Guimarães luta por uma ciência mais inclusiva (Reprodução)

“Temos muito o que dizer e mostrar dos nossos feitos na Ciência, hoje e no futuro. Que isso seja sempre valorizado e tenhamos, cada vez mais, a oportunidade e o espaço para isso. Eu espero que seja um estímulo para promover uma Ciência mais inclusiva, e que sem dúvidas se torna inovadora. As mulheres trazem vivências e perspectivas únicas, que podem abrir novas oportunidades de pesquisa e diferentes soluções. Com mais mulheres em posições de liderança, acredito que resultará em estilos de trabalhos diferentes, inovadores e com um ambiente científico diversificado e colaborativo”, reforça Sandrynne Guimarães.

Avanços

Fonoaudióloga e perita criminal há 14 anos, Isabela Barreto está atualmente na Diretoria do Instituto de Criminalística (IC), da Polícia Científica do Pará, utilizando "a Ciência em prol da Justiça".

“Considerando a Segurança Pública um campo predominantemente masculino, acredito que ter dentro da nossa instituição profissionais do sexo feminino, altamente capacitadas, que atuam nas diversas áreas da perícia, é uma conquista inenarrável. E após 14 anos, tendo atuado no Local de Crime contra a vida e patrimônio, Papiloscopia, Inteligência e Documentoscopia, estar hoje na Direção da Criminalística, sendo a primeira mulher à frente deste cargo, é um momento que marca minha trajetória na perícia. Espero que minha história possa incentivar outras meninas e mulheres a seguir em busca da Ciência”, diz Isabela Barreto.

Na Polícia Científica do Pará, as mulheres representam 42% do quadro funcional, divididas em peritas criminais, médicas legistas, auxiliares técnicas de perícias e assistentes administrativos.

Atualmente, a PCEPA possui 308 peritos criminais, sendo 37% mulheres;123 médicos legistas, sendo 30% mulheres, e 132 auxiliares técnicos de perícia, dos quais 43% são mulheres. Uma área de destaque institucional é a administrativa, que concentra 49% de profissionais femininas.

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