Falta de remédios: Conselho Regional de Farmácias do Pará dá alternativas contra o desabastecimento

Em nota, CRF-PA cita pesquisa de São Paulo na qual cerca de 98% dos farmacêuticos apontam dificuldades em atender a população

O Liberal
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O Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA) emitiu uma nota, nesta terça-feira (19), com orientações para driblar o desabastecimento de medicamentos nas farmácias. No comunicado, a entidade aconselha os pacientes a pedirem aos médicos medicamentos alternativos no momento da consulta. 

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"O CRF-PA enfatiza o papel do farmacêutico como aliado e principal fonte de informação e orientação diante do problema de escassez e desabastecimento de medicamentos, podendo ajudar na saúde da população e no combate à desinformação", enfatiza a nota. 

De acordo com o CRF-PA, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reconheceram, na última segunda-feira (11), o risco de desabastecimento de medicamentos no país. Um levantamento feito pela Confederação Nacional de Saúde, realizado neste ano em mais de 100 estabelecimentos hospitalares de 13 estados e no DF, aponta que a escassez de soro existe em 87,6% das instituições pesquisadas.

A pesquisa também revela a falta da dipirona sódica, soro de reidratação, antimicrobianos, diuréticos e itens que são necessários à analgesia em cirurgias. A dipirona injetável, utilizada para dor e febre está em falta em 62,5%, no total, pelo menos outros seis medicamentos e insumos registraram índices de escassez de 40% a 50%.   

Também foram registrados a falta de medicamentos em farmácias nos diversos estados do país. Segundo o Conselho Regional de Farmácias de São Paulo (CRF-SP), 98,52% dos farmacêuticos afirmaram sofrer com o desabastecimento de medicamentos em estabelecimentos do setor privado. 

Causas 

De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), as principais causas são a falta de matéria-prima, devido à guerra da Ucrânia e do lockdown da China, o que dificulta a fabricação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). 

Quase 95% dos insumos para produzir medicamentos, incluindo IFA, chamado insumo fundamental, vêm da China e da Índia. A escassez também é puxada pela alta do dólar e do barril do petróleo e  o aumento na demanda por medicamentos como antibióticos durante o período de inverno e alta de casos respiratórios. 

Soluções 

"Diante da situação, é necessário que medidas sejam adotadas pelo Ministério da Saúde e Governo do país, como maior investimento das empresas nacionais para a produção farmoquímica, a definição de quais IFAs são necessários para a produção, e conhecimento na área, além de uma gestão eficiente do Ministério da Saúde", afirma a nota. 

O CRF-PA orienta que os farmacêuticos pratiquem o intercâmbio de medicamentos como medida paliativa e que os pacientes solicitem mais de uma opção de remédio prescrito pelos médicos.

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