Exame molecular de detecção do HPV já é realizado no Pará, explica Sespa

O DNA-HPV é realizado junto com o tradicional papanicolau para rastreio precoce do câncer de colo de útero

Suellen Nunes / Especial para O Liberal
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O teste tradicional para a detecção do HPV, popularmente conhecido como papanicolau, ganhou o apoio do exame de DNA-HPV. Juntos, os exames podem prevenir o desenvolvimento do câncer de colo de útero. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), o exame foi incluído nos serviços oferecidos pelo SUS a partir de uma portaria publicada em 8 de março de 2024 e não deve substituir o papanicolau, mas se somar a ele.

Para a enfermeira da coordenação estadual de oncologia, responsável técnica do programa estadual de controle do câncer de útero, Michele Monteiro, explica que a inclusão do exame é um mar de novas possibilidades positivas. “Podemos descobrir a possibilidade de ter ou não um câncer antes de ele existir de fato. O exame nos dá a facilidade de quebrar barreiras, já que é realizado de forma mais simples, até mesmo pode ser autorrealizado, permitindo mulheres que nunca fizeram o preventivo por vergonha, religião ou impedidas pelos companheiros de elas mesmo coletarem enquanto alguém aguarda a coleta”, explicou Michele.

Como é feito o exame de DNA-HPV

Diferentemente do papanicolau, que é realizado com a mulher em posição ginecológica, na qual o profissional da saúde introduz um espéculo no canal vaginal da paciente e uma espátula e/ou escova para coleta de material do colo do útero, o DNA-HPV é feito com uma haste flexível que pode ser manipulada pela própria paciente, como explica a enfermeira: “A coleta do DNA-HPV é realizada de forma semelhante à coleta do exame de covid-19: a mulher deve introduzir a haste flexível [no canal vaginal], girar 15 vezes para cada um dos lados e está feito".

A autocoleta do material para teste é uma vantagem, em especial para mulheres que vivem em locais de difícil acesso ou aquelas que fazem parte de culturas resistentes ao exame tradicional, feito por profissional de saúde. As diretrizes do DNA-HPV também preveem orientações para o atendimento de pessoas transgênero, não binárias e intersexuais.

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A enfermeira enfatiza, que a adesão do teste não significa que o exame preventivo não deve ser realizado, ao contrário, eles trabalham juntos e o DNA-HPV não deve ser visto como um substituto final ao papanicolau. Além disso, existe uma diferença significativa entre o período de repetição do exame entre os dois métodos: em casos onde o resultado der negativo, o DNA-HPV só precisa ser refeito cinco anos depois. O papanicolau, por sua vez, deve ser refeito depois de três anos. Já a faixa-etária para o exame de rastreio, quando não houver sintomas ou suspeita de infecção, permanece a mesma: de 25 a 49 anos.

Exames de DNA-HPA e preventivo

Ainda segundo a coordenadora da Sespa, o teste molecular é recomendado como exame de entrada, uma triagem para detectar o HPV prevista pela Organização Mundial da Saúde desde 2021. O exame é considerado eficaz para a redução de casos e óbitos, em decorrência da sua sensibilidade para detecção da doença. Ele também permite identificar o subtipo do vírus, caso o resultado seja positivo, o que oferece uma grande vantagem, já que apenas algumas variantes do HPV (como a 16 e 18, entre mais de 200 subtipos) têm risco de provocar lesões que podem evoluir para câncer.

Papanicolau no Pará

Dados da Sespa mostram que, no Pará, em pouco mais de dois anos, já foram realizados mais de 600 mil exames de papanicolau, também conhecido como exame preventivo, esfregaço cervicovaginal, colpocitologia oncótica cervical e exame de lâmina. Foram 300.613 exames em 2023; já em 2024 o número foi de 290.101, seguidos por 30.065, contabilizados de janeiro a 24 de abril deste ano.

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