Equoterapia é aliada no desenvolvimento de crianças, jovens a adultos com deficiência em Castanhal
O projeto que é desenvolvido APPS - Associação dos Pais dos Projetos Sociais Criança Modelo e Equoterapia, tem mais de 100 pessoa na fila de espera
A professora Roselene Machado Cardoso, de 32 anos, é mãe do Michel Ângelo Cardoso Moura, de nove anos. Eles moram na zona rural de Abaetetuba, distante 20 quilômetros do centro do município. Para chegarem em Castanhal, as 10h da manhã, eles saem de casa às 6h e enfrentam cerca de 100km de ônibus e van. Mãe e filho repetem essa rotina toda terça-feira, desde 2018, quando a criança iniciou a terapia com equoterapia desenvolvida pela APPS (Associação dos Pais dos Projetos Sociais Criança Modelo e Equoterapia).
“A gente vem de ônibus da colônia Nova até Marituba e pega a van para vir para Castanhal. Levamos em média quatro horas para chegar na terapia, mas vale muito a pena porque o Michel já evoluiu tanto”, explicou a mãe da criança.
A evolução que Roselene se refere foi percebida principalmente na escola. Michel foi diagnosticado com autismo aos três anos e foi nesta fase que começou a apresentar as dificuldades de interação na escola.
“Um tempo desses eu recebi um vídeo da professora e me emocionou muito. O Michel foi sozinho no quadro e resolveu uma equação de matemática. Eu acho que a equoterapia foi fundamental para o desenvolvimento dele”, contou Roselene Cardoso.
A equoterapia é um tipo de terapia realizada com cavalos e que serve para estimular o desenvolvimento da mente e do corpo, sendo indicada para pessoas que possuem deficiências ou necessidades especiais, como é o caso da Síndrome de Down, paralisia cerebral, esclerose múltipla e autismo, por exemplo.
O projeto de equoterapia de Castanhal desenvolvido pela APPS em parceria com o Sindicato Rural de Castanhal completa 25 anos em dezembro. Atualmente 32 pessoas são atendidas pela entidade, com a faixa etária de 3 a 37 anos. Na fila de espera estão mais de 100 pessoas, como explica a coordenadora e assistente social, Regina Brito.
“Agora no começo de julho sairão 11 atendidos, mas eu quero muito abrir 15 vagas, porém vai depender da nossa disponibilidade profissional. Nosso trabalho é feito com muito zelo e qualidade. Cada atendimento vai com três profissionais acompanhando o praticante para garantir a segurança”, explicou.
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O atendimento dura, em média, dois anos e acontece todas as terças, quartas e quintas e cada sessão dura em média trinta minutos.
A equipe é formada por onze profissionais, sendo duas assistentes sociais, uma veterinária, um fonoaudiólogo, um terapeuta ocupacional, um fisioterapeuta, um pedagogo, um professor de educação física e dois Equitadores voluntários e dois tratadores que foram cedidos pela prefeitura de Castanhal.
“Nosso trabalho é quase voluntário porque só recebemos uma ajuda de custo que vem da secretaria municipal de saúde. Mas o importante é que somos um a família e trabalhamos para o bem da população”, observou a coordenadora do projeto.
“Estamos em uma fase boa. Superamos muitos obstáculos para continuar com o projeto. Há um ano tínhamos somente três cavalos, sendo que um era muito idoso e a gente poupava mais ele, e hoje graças a doação e a ajuda do sindicato rural estamos com seis cavalos. A nossa única preocupação é com a ração deles que nunca pode faltar. A gente faz de tudo para que isso não aconteça”, contou Regina Brito.
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