Empreendedorismo feminino apresenta crescimento de 20% em Castanhal
O começo nem sempre é com um planejamento mas elas conseguem aos poucos trilhar o caminho certo que passa pela regularização do seu pequeno negócio
Elas enfrentam desafios para realizar um sonho ou simplesmente ter uma renda para ajudar ou sustentar sua família. São mulheres empreendedoras que crescem cada vez mais no Brasil e representam cerca de 61% das pessoas que empreendem no país, segundo dados do boletim do Empreendedorismo Feminino 2022 do Sebrae.
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Em Castanhal, no ano passado, teve um crescimento de 20% de mulheres empreendedoras em relação aos homens. Como explica Gisele Freitas, gerente e negócios do Sebrae , Região Guamá. “Foi um crescimento significativo de mulheres empreendendo em relação aos homens em Castanhal e elas decidiram empreender por necessidade e não por oportunidade. Essas mulheres empreenderam não porque tiveram um ambiente favorável de negócios, mas porque necessitaram tomar as providências da casa e colocar um prato de comida na casa e se vestir”, explicou.
O começo nem sempre é com um planejamento mas elas conseguem aos poucos trilhar o caminho certo que passa pela regularização do seu pequeno negócio. “Atualmente em Castanhal temos 9 mil empreendedores individuais e o público que mais cresce é o MEI (Micro Empreendedor Individual) e nós estamos sempre prontos para atender a todos as pessoas que precisam de uma consultoria para conseguir gerir o seu negócio”, explicou Gisele Freitas.
O principal seguimento escolhido pelas mulheres em Castanhal para empreender é o da gastronomia. “Qualquer coisa que você coloca para vender que seja de comer dá certo. Seja salgadinhos, bolo ou qualquer tipo de lanche dá certo e percebemos que as mulheres que empreendem neste seguimento nos procuram muito mais. Em seguida vem o comércio de vestuários e acessórios e também os serviços de beleza”, disse a gerente de negócios do Sebrae.
Doçuras
E foi justamente o seguimento da gastronomia o escolhido pela Manoelle Raposo, de 35 anos, que há 12 anos se dedica a confeitaria. Mas tudo começou como forma de terapia para a cura de uma depressão quando morava em Curitiba. “Eu era professora de geografia quando tive a depressão e síndrome do pânico. Pedi exoneração do cargo e fui fazer terapia e lá foi perguntado o que eu mais gostava de fazer e eu gostava de cozinhar. Eu fui no Senac e fiz um curso técnico em gastronomia. E primeiro eu trabalhei com bifê e depois me apaixonei pela confeitaria. Eu fiz os preparativos da festinha de um ano da minha sobrinha e já na outra semana começaram as encomendas e foi assim que nasceu a 'Doces Lembranças'", contou a empreendedora.
Quando Manoelle voltou para Castanhal, em 2016, decidiu continuar no ramo e montou a "Doces Lembranças" na lavanderia da casa do pai. “Ele me deu um pedacinho da casa dele e foi assim que eu iniciei. Cada venda era uma cadeira, uma mesa e eu comecei a investir tudo que eu ganhava e ia fazendo o que eu mais gosto. Por isso eu incentivo muito a outras mulheres a trabalhar no que gosta. O serviço ele é pesado, e tem dificuldades mas tem esse lado em todas as profissões”,
Durante um bom tempo Manoelle trabalhou sozinha com as encomendas dos bolos e doces e hoje ela conta com mais 13 pessoas, além da mãe, a dona Du Carmo Raposo. “Foi bastante árduo o começo. Você pegar uma grande encomenda e terminar 11h30 da noite e ainda ter limpar toda a sua cozinha para o outro dia, mas hoje eu conto com uma equipe e pude sair mais desta parte da produção que tanto eu amo para me dedicar a outras setores do negócio. E hoje uma das coisas que mais me motivam é saber que 13 famílias estão sendo atendidas graças a esse trabalho que nasceu de um terapia e foi se tornando a minha profissão”, contou.
A empreendedora começa a dar passos mais largos e está com outra unidade da loja em Ananindeua, mas somente a parte de cafeteria. “Estamos só no começo, mas em breve quero também ampliar a loja aqui em Castanhal. A ideia é deixar toda a parte de produção no segundo andar e deixar a parte de baixo, onde hoje trabalhamos, para transformar em cafeteria. Tudo isso sem perder a nossa essência que é a simplicidade”, contou Manoelle Rapouso.
Turismo
O turismo sempre foi a paixão da vida da empresária Narmy de Paula Silva, de 45 anos. Desde o seu primeiro emprego, aos 17 anos, foi no seguimento do turismo. “Trabalhei sempre com turismo e fui me apaixonando. Comecei bem cedo aos 17 anos e passei por diversas agências de turismo e fui de atendente a gerente até que um dia chegou a minha vez de empreender”, contou a empreendedora.
O incentivo que ela precisava veio do marido. “Eu não enxergava essa mulher empreendedora em mim e meu marido sim. Até que um dia ele disse que estava na hora deu parar de gerenciar e cuidar do que não era meu. Eu era conhecida, tinha uma carteira de clientes então poderia sim ter a minha própria agencia de turismo”, contou.
E o começo há 15 anos, não foi fácil. Era só ela e o esposo que trabalhavam em uma pequena sala improvisada no pátio da casa da mãe da empreendedora com apenas uma mesa, um computador emprestado e um telefone fixo. “Foi assim que nasceu a Narmy Turismo. Eu não tinha nada, nem mesmo uma cadeira para sentar. Eu sentava no chão para atender ao telefone, fechava a venda e meu marido ia levar o contrato até a casa do cliente”, relembrou.
Narmy acredita que grande parte do seu sucesso como empreendedora foi devido ter sido bem assessorada pelo Sebrae. “Desde a abertura da empresa até hoje tudo é feito com o apoio do Sebrae que é um grande parceiro”, disse.
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