Empreendedora de Castanhal ensina como não levar calote nas vendas do ‘fiado’
Naiara tem uma grande cartela de clientes nessa modalidade
A loja física da empreendedora, Naiara Gondim, de 33 anos, foi aberta há cerca de três meses, mas a castanhalense já está no ramo da venda há seis anos. Naiara ao logo do tempo conquistou uma cartela de clientes que viraram amigas e com isso grande parte das vendas são feitas na base da confiança para pagar depois. A conta fica anotada em um caderno.
“Eu comecei com a venda porta a porta de cosméticos e fiz muitas clientes que foram virando amizade e com isso comecei a abrir o famoso crédito que é para a cliente ir comprando e pagando depois”, contou Naira Gondim.
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Hoje a loja da Naiara tem além dos cosméticos, semi joias, lingerie e moda fitness. E ela conta que maior parte da movimentação do caixa vem das vendas no crédito do caderno.
“São poucas as vendas que são feitas à vista ou no cartão. As clientes compram para ir pagando aos poucos e assim está dando certo. Já são seis anos vendendo assim”, observou, Nayara que dá as dicas de como se proteger dos calotes.
“Eu observo bem a cliente. Pessoas que chegam querendo comprar muito e geralmente são muito consumistas e podem ter problema em pagar as contas e por isso não abro crédito. Sabemos que hoje tem muita gente endividada e que mesmo assim não consegue parar de comprar”, disse.
De acordo com o levantamento divulgado recentemente pelo Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa, empresa que agrega em um grande banco de dados o comportamento financeiro dos consumidores brasileiros, mais de 40% da população do Pará está endividada. No total, são 2,5 milhões de pessoas com dívidas que não conseguem quitar.
Para a empreendedora o consumo desenfreado é um dos motivos para tanto endividamento. “Hoje as pessoas tem muita facilidade para comprar e não conseguem parar. Um exemplo disso são os cartões desses bancos virtuais, que são colocados à disposição do cliente. As pessoas começam a comprar tudo que veem pela frente e não conseguem pagar suas contas. Por isso eu tomo muito cuidado com quem eu abro crédito em minha loja”, concluiu Naiara Gondim.
Mulheres
As mulheres são maioria com a renda comprometida para o pagamento de dívidas com empréstimos bancários. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 30,5% da população feminina enfrenta dificuldades financeiras devido às dívidas com linhas de crédito.
Empréstimos financeiros e dívidas com cartões de crédito estão entre os maiores comprometedores da economia e dos endividamentos das famílias. De acordo com o Serasa, cerca de 27% das causas de inadimplência em 2023 estão relacionadas ao uso do crédito. A situação afeta, sobretudo, as mulheres.
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