Criança morre e 4 familiares passam mal após comerem mandioca em Santarém

Na última quinta-feira, 4, uma família passou mal após comer mandioca acreditando ser macaxeira. Uma criança de três anos de idade morreu. O caso aconteceu no distrito de Distrito de Curuai, em Santarém, no oeste do Pará.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) informou que a família comeu mandioca por volta das 15h e começaram a passar mal às 20h, que foi quando o socorro foi solicitado.

De acordo com o Samu, quando os socorristas chegaram na residência, a criança de três anos já estava morta e outra de cinco anos estava inconsciente. Também apresentavam sintomas um menor de 11 anos e dois adultos.

A família recebeu os primeiros atendimentos ainda na comunidade e depois foram levados para a comunidade Aninduba onde embarcaram em uma ambulancha e foram levados para o Pronto Socorro de Santarém, onde permanecem internados.

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Diferença entre mandioca e macaxeira

A professora Priscilla Andrade, do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em publicação da própria universidade, explica que há uma diferença na composição dos dois tubérculos, tornando um mais perigoso que o outro para ingestão:

“A espécie é Manihot esculenta Crantz para ambas, o que diferencia é o teor de cianeto presente na raiz. A macaxeira pode ser consumida logo após um curto período de cozimento. Enquanto a mandioca, a indicação é apenas o consumo de seus derivados, após preparação e retirada de todo veneno”, explica.

A macaxeira também é conhecida como mandioca mansa ou aipim, e possui menos de 50 mg de HCN por kg de raiz fresca sem casca. Já a mandioca, ou mandioca brava, apresenta acima de 100 mg de HCN por kg de raiz fresca sem casca. E não adianta tentar fazer essa identificação só no “olhômetro”, como explica a pesquisadora.

“Não é recomendável a identificação visual ao se procurar por particularidades nos tipos de mandioca. Tanto a macaxeira quanto a mandioca brava podem apresentar pele branca ou rosada, caule verde ou rosado ou alguma característica semelhantes nas raízes. Esses dois tipos são bastante parecidos e não podem ser diferenciados a olho nu, precisando de uma análise laboratorial para quantificação do ácido cianídrico” diz.