Mandioca é base de negócios sustentáveis no Pará
Governo do Pará fomenta empreendimentos que valorizam a bioeconomia regional
Uma das raízes de maior consumo no mundo, a mandioca é familiar na cozinha paraense, onde é consumida de modo diversificado, como macaxeira, beiju, tapioca, carimã, tucupi e tacacá, entre outros alimentos.
Da mandioca tudo se aproveita, e não são poucas as oportunidades econômicas que surgem a partir deste alimento importantíssimo na cultura indígena desde antes do descobrimento do Brasil.
Em Belém, a empresária Joana Martins gerencia uma indústria sustentável, em que 50% dos produtos têm como base a mandioca. Joana emprega 27 funcionários e comercializa 24 produtos.
Estrela da culinária paraense
“Eu nasci e cresci neste meio e, dentro do restaurante, o tucupi sempre foi um produto muito valorizado, muito especial, porque ele é uma das principais estrelas da nossa culinária. Foi a partir dele que a minha relação com a mandioca começou”, lembra Joana.
O pioneirismo no processo de industrialização do tucupi, fez Joana desenvolver tecnologia e aprofundar o conhecimento em busca de produto mais seguro e durável. Ela se especializou em mandioca.
"Passei a estudar cada vez mais a mandioca, com um enfoque maior no tucupi, mas também entendendo todas as suas variantes e subprodutos possíveis, especialmente dos processos tradicionais na Amazônia, que são únicos e pouco conhecidos pelo Brasil. Passei a dar aula e palestras sobre o tema”, conta Joana Martins.
A versatilidade da mandioca chama atenção. São mais de 20 ingredientes alimentícios feitos a partir da raiz. Joana Martins observa que alguns produtos da mandioca já têm vitrine nacional, mesmo que boa parte das pessoas não saibam.
“O pão de queijo é o exemplo mais emblemático disso, pois ele leva o nome de um ingrediente que é muito menos importante na sua composição do que o polvilho de tapioca, que é o seu principal ingrediente. A maioria das pessoas que comem pão de queijo não sabe que ele é majoritariamente mandioca. Isso faz com que a mandioca seja invisível e, por isso, muito pouco valorizada em nosso país, apesar de sua grande importância econômica e cultural”, ressalta Joana Martins.
Incentivo sustentável
A Associação de Produtores Orgânicos de Boa Vista, no município de Acará, no nordeste paraense, emprega 52 pessoas, entre elas, dona Maria do Rosário, de 71 anos. A agricultora aprendeu cedo o trabalho na roça e se aperfeiçoou nos últimos anos.
Maria do Rosário sustenta a família respeitando a natureza. Um conceito prático de bioeconomia, modelo econômico incentivado pelo Governo do Pará. “Acredito que os avanços e incentivos do Governo do Pará são fundamentais e primordiais para trabalhos, como o da minha empresa, e de muitos outros negócios, que seguem um modelo de geração de lucro em equilíbrio com o impacto social e ambiental, olhando para muito além do lucro financeiro, sejam viáveis”, reforça Joana Martins.
De acordo com o titular da Semas, Mauro O’de Almeida, o Estado apoia negócios sustentáveis, a partir de iniciativas como a Política Estadual de Mudanças do Clima (PEMC), o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), e o Plano de Bioeconomia, que tem 92 ações e iniciativas implementadas.
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