Corpo de Bombeiros orienta como prevenir queimaduras no São João; veja dicas

No ano passado, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) que funciona no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) atendeu 616 vítimas de queimaduras. Só este ano já foram 251 (até maio).  Durante o período de São João, esse tipo de acidente costuma ser mais frequente. Em junho de 2023, 56 vítimas de queimadura foram atendidas no CTQ e, em 2022, foram 57 atendimentos do tipo.

O major do  Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), Israel Souza, que é perito em incêndios e explosões, diz que os tipos de acidentes mais frequentes que causam queimaduras no mês das festas juninas são os que envolvem fogos de artifício e fogueiras. As crianças estão entre o público mais vulnerável.

"Sempre deve ter um adulto supervisionando qualquer tipo de brincadeira, mesmo que as crianças estejam brincando com aqueles festins mais leves. A supervisão é ainda mais necessária se no local tiver fogueira. É muito fácil a criança se queimar", alerta o major.

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O bombeiro também orienta como prevenir acidentes que causam queimaduras. A primeira dica é não utilizar líquidos inflamáveis próximo às fogueiras; sempre verificar as orientações dos fabricantes de foguetes e outros produtos na hora de manusear; e não utilizar as bombinhas dentro de garrafas ou embaixo de pedras, porque pode provocar acidentes durante a detonação dos artefatos.

O que fazer em caso de queimadura?

Ismael Souza explica que existem alguns cuidados possíveis de se tomar imediatamente em casos de queimadura, mas que eles variam de acordo com o grau do ferimento.

"A gente divide de forma didática a queimadura em três graus. O primeiro são as queimaduras leves, onde se percebe a vermelhidão e a dor no local. Para esse tipo, a gente utiliza água corrente, que diminui a dor e não precisa de intervenção médica", informa.

A queimadura de segundo grau seria aquela que já apresenta bolhas e dor muito intensa. "Essa, sim, já precisa de atendimento médico, mas não com tanta urgência. Não devemos furar a bolha, porque ela faz a proteção do local", alerta o major.

Já as queimaduras de terceiro grau apresentam laceração da pele e sangramento e precisam ser atendidas em hospital urgentemente. "Liguem para o número 193 - o Corpo de Bombeiros tem toda equipe treinada e toda a logística adequada para esse tipo de atendimento", informa o militar.

Outros tipos de queimaduras frequentes

De acordo com Neyllyane Ferro, coordenadora do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), um dos tipos de queimaduras mais agressivas são as causadas por descargas elétricas. No Metropolitano, a maioria dos pacientes atendidos por choques elétricos é formada por pessoas do sexo masculino. Somente nos primeiros meses deste ano, 41 homens já foram atendidos no hospital. Já no caso das crianças, líquidos escaldantes são os principais vilões.

A especialista deixa dicas de como evitar queimaduras por descarga elétrica e líquidos escaldantes:

• Não faça manutenções no quadro de força por conta própria. Consulte sempre um eletricista;
• Nunca tente mexer na fiação elétrica de casas ou ruas. Queimaduras em fios de alta tensão são gravíssimos, podem levar até mesmo a amputação de membros;
• Se necessário fazer qualquer reparo na fiação da casa, certifique-se de que o registro está desligado;
• Não ligue vários equipamentos em uma tomada ao mesmo tempo;
• O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é indispensável para profissionais que atuam na manutenção de redes elétricas.
• Enquanto cozinha, dê preferência às bocas de trás do fogão e coloque os cabos das panelas também para trás;
• Se possível, evite o uso de toalhas de mesa enquanto as crianças transitam pela casa. Isso porque, elas podem puxar a ponta do tecido e ocasionar um acidente;
• Ao colocar líquido quente nas mesas, coloque no centro para dificultar que as crianças puxem;
• Não deixe crianças sozinhas na cozinha.

Em caso de acidente, acione o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 192.