Confeiteira Suelem Barbosa decide se mudar do residencial Ilha Porchat por falta d’água sem solução
Moradores do condomínio denunciam que o problema já dura mais de um mês
A confeiteira Suelem Barbosa, moradora do Residencial Ilha Porchat, localizado na Avenida Augusto Montenegro, em Belém, desistiu de esperar pela normalização do abastecimento de água no condomínio. De acordo com moradores, o local sofre com falta d’água e com abastecimento com água de má qualidade há cerca de um mês. Como trabalha com alimentação, Suelem decidiu se mudar.
“Estou indo embora daqui por conta da falta de água. Ficou insustentável. Além de faltar, quando a água vem, vem muito suja, barrenta. E, na profissão que eu atuo, a gente precisa ter higiene com o material que usa, e com tudo na nossa casa. E não tenho como manter isso, não tem como comprar água mineral para tudo, pra higienizar louça, para higienizar máquina”, justifica a profissional.
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Suelem conta que não está recebendo encomendas em função da situação e sua renda ficou prejudicada. “Não dá para manter a higiene com essa água que está vindo. Trabalho com doce, bolo, salgado, e não tem como. Eu pago aluguel, vou tirar minha renda de onde?”, questiona.
Segundo a confeiteira, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) não dá uma data precisa para a solução. “A resposta que a Cosanpa deu é que estavam providenciando. O povo daqui está em cima, e toda vez que entram em contato e cobram, a resposta é sempre a mesma: estão tomando providências e que logo vai ser resolvido”, reclama Suelem.
A mesma falta de previsão é apontada pela agente administrativa Raimunda de Fátima. “Nosso síndico já fez contato com a Cosanpa. A resposta é que vão melhorar, que estão cavando um poço, porque o outro havia secado. Disseram que estavam perfurando outro, que até já deu um pouco de água. Mas queria que vocês dessem uma olhada nessa água, para verificar as condições dela”, denuncia a moradora. “A água está fedida, muito amarela. As pessoas estão ficando com coceira, crianças e idosos já foram para hospital por conta disso. E, quando a Cosanpa manda carro pipa, também é triste”, diz Raimunda, referindo-se também à qualidade da água.
Segundo a moradora do residencial há mais de 10 anos, o problema já dura um mês. “Estou comprando água mineral direto. A gente está mandando lavar roupa fora, principalmente se for roupa branca. Quem ganha um salário, como eu, está muito difícil. A gente está gastando, por semana, uma base de 15 camburões de água mineral. A gente precisa muito que alguém venha nos ajudar”, pede. O problema já dura há tanto tempo que uma faixa foi afixada na portaria do residencial, informando: “Estamos sem água da Cosanpa no condomínio”.
A aposentada Maria Adélia da Silva, também moradora do Ilha Porchat, relata que não dá para fazer nada com a água poluída que estão recebendo. “A gente gasta botijões de água mineral, um horror. A nossa comida tem que ser feita com água mineral, tomar banho com água mineral. A Cosanpa fica nesse joga e empurra e a situação nossa aqui é cada dia pior”, lamenta.
Procurada para comentar o caso, a Cosanpa enviou nota informando que será realizada a limpeza na rede de distribuição do poço que foi ativado para atender os moradores do setor. “O serviço vai contribuir para a qualidade da água nos conjuntos Coqueiro, Satélite, Maguari, Pedro Teixeira, Orlando Lobato, Ilha Porchat, Mururé e Comunidade Teixeirinha. Equipes técnicas da Companhia continuam trabalhando para reativar mais um poço, o que fortalecerá o abastecimento na área. Até a conclusão do serviço, caminhões-pipa vão auxiliar no fornecimento de água aos moradores”, conclui a nota.
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