Como identificar ansiedade em pets? Veja as dicas de especialista
Fatores ambientais influenciam na saúde mental de animais
Transtornos mentais em animais, como ansiedade e depressão, são mais comuns do que se imagina - afirma o veterinário Fábio Miguel Souza, de Belém. O assunto veio à tona depois que um gato rajado chamado Thor, famoso nas redes sociais por ter feito a família de seus tutores 'refém' dentro da própria casa, em São Vicente (SP), foi diagnosticado com ansiedade.
A tutora de Thor, Luciana Nascimento, de 49 anos, publicou imagens de seu braço bastante machucado depois de um ataque do felino, que já apresentava comportamento agressivo desde o primeiro ano de vida. A primeira agressão, em 2018, foi durante a Copa do Mundo e a tutora atribuiu ao barulho e à quantidade de pessoas dentro da casa, fatores que poderiam ter assustado o animal. Porém, outros ataques ocorreram depois disso, sem motivos aparentes.
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Atualmente com sete anos, Thor passou por uma análise especializada e recebeu o diagnóstico de Cistite Intersticial Felina ou Síndrome de Pandora. Atualmente, ele ocupa um espaço específico da casa, sem acesso aos demais cômodos, enquanto a família pensa como resolver a situação.
A explicação da veterinária responsável pelo diagnóstico de Thor foi de que o comportamento agressivo estaria ligado a estresse ou dor. A síndrome seria uma inflamação crônica da bexiga desencadeada por fatores estressantes.
Separação dos donos é fator de risco
De acordo com o veterinário Fábio Miguel Souza, de Belém, hoje em dia os pets sofrem muito com transtornos como ansiedade e depressão. Algumas raças costumam ter predisposição para as doenças. No caso dos cães, raças como labradores, pastores alemães, dálmatas, golden retrievers, chihuahuas, jack russells e vira-latas são sensíveis. No caso dos gatos, o fator genético não é tão influente quanto os ambientais. Fábio cita alguns deles:
"A separação dos donos é um. Principalmente os pets que foram adotados no período da pandemia, que tinham seus tutores sempre dentro de casa, sentiram muito quando eles voltaram a sair para trabalhar. Grande parte desses animais passou a ter ansiedade por separação. Além disso, a chegada de outro animal na casa e a convivência com muito barulho ou fogos de artifício também estão por trás dos casos", afirma.
Como identificar ansiedade em pets?
Fábio explica que, para identificar sinais de ansiedade, é preciso que o tutor do animal perceba a adoção de comportamentos que o bicho não tinha antes, como destruir objetos dentro de casa, se automutilar, perder o interesse pela comida ou hidratação, ficar mais sonolento ou mais agressivo. "O tutor precisa identificar o que levou o animal a mudar o comportamento e tentar alterar esse fator. Se não tiver melhora, é importante procurar um veterinário para saber o que mais é possível fazer", orienta.
"Hoje em dia existem vários meios de diminuir a ansiedade desse pet, como uso de lazer, brinquedos, um comedouro diferente, musicoterapia, vídeos com sons específicos, além de uso de calmantes naturais, principalmente com aqueles que já tem uma predisposição maior à ansiedade - geralmente são suplementos com extrato de valeriana e maracujá, entre outras coisas", informa.
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