Chuva forte põe fim em incêndio na Serra das Andorinhas
Incêndio na Serra das Andorinhas iniciou no dia nove de outubro e durou 11 dias. Causa das chamas está sendo investigada
Após onze dias de incêndio, o temporal que caiu na última sexta-feira (21) ajudou a controlar as chamas que atingiram o Parque Estadual Serra das Andorinhas/Martírios (Pesam), em São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Pará. A informação foi confirmada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e Biodiversidade (Ideflor) neste domingo (23). As causas do incêndio estão sob investigação.
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As ações para combater as chamas se iniciaram na última terça-feira (11). Ao todo, 90 profissionais, entre militares do Corpo de Bombeiros e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, bombeiros civis do Ideflor, além do Exército Brasileiro e da Força Nacional, atuaram em conjunto para reduzir o fogo que iniciou no dia 9 de outubro. De acordo com a Segup, a fumaça chegou às margens da rodovia BR-153, prejudicando a visibilidade dos motoristas.
"O Instituto de Desenvolvimento Florestal e Biodiversidade-Ideflor-Bio, informa que não existem mais focos de incêndio na área de floresta do Parque Estadual da Serra dos Martírios-Andorinhas. Todos foram extintos na sexta-feira (21). Um temporal ajudou no controle das chamas", informou o instituto.
Unidade de Conservação com tesouros de mais de 8.300 mil anos
As informações sobre a expansão do incêndio que atingiu o Pesam preocuparam o governo do Estado. O governador do Pará, Helder Barbalho, chegou a se reunir no último dia 15 com o grupo de trabalho que estava envolvido nas ações de combate e controle do incêndio. Duas aeronaves foram deslocadas para a área para dar apoio às equipes de segurança e brigadistas, uma do Tocantins e outra do Grupamento Aéreo de Segurança do Pará. As aeronaves captaram água do rio e lançaram várias vezes sobre os focos de incêndio.
O Pesam é omais importante sítio arqueológico do Pará. Ao todo, o parque possui 11 estruturas ruiniformes (formas de relevo que ocorrem em conseqüência da erosão), 26 cavernas, 36 grutas, 1 fenda, 1 dolina, 80 sítios arqueológicos, 150 pinturas rupestres e mais de 5.000 gravuras rupestres com idade estimada em 8.300 anos, 28 cachoeiras, mais de 500 espécies herbáceas e arbustivas, mais de 150 espécies arbóreas, 80 espécies de orquídeas, 38 espécies medicinais e aproximadamente 532 espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes.
A apuração dos fatos que originaram o incêndio está sendo acompanhada pelo Ministério Público do Pará. As ações estão sendo coordenadas pelo promotor de Justiça de São Geraldo do Araguaia, Erick Ricardo de Souza Fernandes, com o suporte técnico e jurídico do Centro de Apoio Operacional Ambiental (CAO).
"A força-tarefa que envolve cerca de 100 profissionais entre agentes do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, Bombeiros Civis do Instituto de Desenvolvimento Florestal e Biodiversidade-Ideflor-Bio, continua na área de preservação realizando monitoramento terrestre para evitar o surgimento de novos focos de incêndio", informou o Ideflor.
Erick Fernandes afirmou que foi expedido um ofício para a gerência do Ideflor-Bio em São Geraldo do Araguaia, responsável por repassar todas as atividades e problemas ocorridos no combate ao fogo. Além disso, o MP também já entrou em contato com o delegado de polícia local e com o procurador jurídico do município solicitando a apuração do caso e o apoio às atividades.
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