Belenense faz malabarismo no orçamento para curtir último final de semana das férias

A movimentação foi intensa durante todo o dia, principalmente na praça Araújo Martins, de onde partiam os transportes para Mosqueiro. As filas extensas e a grana curta, problema de muitas pessoas, principalmente no final do mês, foram obstáculos a serem enfrentados, muitas vezes com bom humor

Igor Wilson
fonte

O último final de semana das férias chegou e colocou à prova a paciência e determinação de muitos moradores de Belém que buscavam viajar para aproveitar o período longe da capital paraense. Na saga popular, alguns problemas recorrentes, como filas extensas e horas de espera, principalmente para quem aguardava ir para Mosqueiro, destino mais procurado no local. A grana curta, problema de muitas pessoas, principalmente no final do mês, também foi um obstáculo a ser enfrentado, muitas vezes com bom humor.

VEJA MAIS

image Empreendedores aproveitam as férias para faturar no Atalaia, em Salinas
Carrinhos vão de um lado a outro oferecendo diferentes produtos para conquistar os veranistas

image Verão 2024: PRF registra 88 acidentes e 33 mortes nas rodovias federais do Pará em 23 dias
Dos 88 acidentes, 42 foram graves; balanço divulgado pela PRF, nesta segunda, vai de 28 de junho a 21 de julho

A movimentação foi intensa durante todo o dia no ponto de onde partiam os transportes para o distrito, localizado na praça Araújo Martins. No local havia três opções de transporte disponíveis aos veranistas: ônibus da linha convencional, cujo a frota recebeu um reforço neste período, possibilitando a saída de um veículo a cada 30 minutos, pelo valor de R$ 6,40 (meia R$ 3,20); micro-ônibus pelo valor de R$ 25 para ir sentado e R$ 20 em pé; e também as vans, pelo valor de R$ 30.

“Esse ano vim prevenida, trouxe aqui minha cadeira, porque ano passado ficamos mais de três horas esperando nossa vez de pegar o ônibus. Agora já estamos há mais de duas horas, os ônibus até saem no horário certinho, mas é muita gente, a fila é grande”, diz Justino Cruz, que aguardava um ônibus convencional para Mosqueiro.

Apertar o orçamento

image Justino Cruz e Ana Luz, amigos, aguardando o Mosqueir-São Brás. Cada um pretende gastar uma média de R$ 150 no final de semana ()

Assim como Justino, que disse ter reservado R$ 150 para o final de semana, a maioria das pessoas entrevistadas no local precisaram, além de paciência, apertar o orçamento para conseguir aproveitar uma praia, um igarapé, ou simplesmente ficar longe da capital paraense por alguns dias.

A equipe de reportagem de O Liberal circulou durante a tarde de ontem pelo Terminal Rodoviário e também no ponto de São Brás onde partem os transportes para Mosqueiro, para saber quanto as pessoas reservaram para gastar durante este final de semana.

“Eu tenho aqui cem reais, é o quanto eu posso gastar esse final de semana em Mosqueiro [risos]. Claro, vou ficar na casa de familiares e isso ajuda, mas o orçamento é apertado, se quiser tomar um banho de praia, pegar um sol, não tem jeito, temos que ter coragem e ir, se gastar tudo, vem de carona na volta, seja o que Deus quiser”, diz Ana Luz, que trabalha como empregada doméstica em Belém e ainda não havia viajado nestas férias.

Para o estudante os acadêmicos Cristian Willians e Lana Rodrigues, a salvação é que toda a família está dividindo os gastos da casa alugada no Chapéu Virado. Se não fosse a família, não conseguiriam curtir o último final de semana.

“Temos aqui uns 250 reais no total, ela tem 100 e eu uns 150. Mesmo para Mosqueiro, que é um destino popular, isso hoje não é nada, você almoça e gasta isso, só o transporte, caso você não pegue ônibus normal, fica em torno de cinquenta reais ida e volta por pessoa. Nossa sorte é a família, cem de um, duzentos de outro, a união faz a força e todo mundo se diverte”, diz Cristian.

Destinos mais procurados e movimentação fluida

image Movimentação no Terminal Rodoviário de São Brás foi considerada tranquila. Compra de passagem online e o crescimento do número de pessoas que embarcam e desembarcam no Terminal de Ananindeua são as causas. (Cristino Martins/O Liberal)

No Terminal Rodoviário de São Brás, os destinos mais procurados durante o dia, de acordo com Thaís Fontes, funcionária de guichê de uma das principais empresas de transporte de passageiros para o interior paraense, foram Salinas, Bragança, Mocajuba e Cametá, além de Mosqueiro.

Outro ponto observado pela equipe do terminal foi o menor fluxo de pessoas aglomeradas no espaço. Para Charles Martins, fiscal de embarque e desembarque, o aumento do número de pessoas que optam comprar passagens online e o crescimento do Terminal Rodoviário de Ananindeua ajudam a desafogar o fluxo no terminal de São Brás.

“O movimento de pessoas está mais tranquilo, mas os ônibus estão saindo sempre com todos os lugares comprados, ou seja, não há diminuição dos passageiros, mas acredito que muitos hoje compram passagens online e chegam só para embarcar, e também muitos pegam o ônibus do terminal de Ananindeua, nos últimos anos tem crescido muito lá e desafogado o movimento aqui”, diz o funcionário.

Competição acirrada nas vendas

O mês de julho costuma ser o mais importante para a renda de vários comerciantes que atuam em São Brás, mas o aumento do número de pessoas na área também traz divergências entre os vendedores.

Para Sonia Broni, que atua há 24 anos como ambulante no ponto de ônibus de São Brás, apesar do movimento grande, as vendas não são tão altas devido a vendedores de outras localidades que montam pontos de venda ali durante as férias.

“Estou aqui há 24 anos, quase todo dia, tudo legalizado, aí chega esse mês, que deveria ser bom de dinheiro pra gente, chegam um monte de vendedores. Isso retira nossas vendas, não é justo com quem trabalha qui o ano inteiro”, diz a comerciante, enquanto oferecia água e refrigerante para os veranistas à espera do Mosqueiro-São Brás.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ