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Ananindeua vive no ‘patamar da sujeira, imundície e lama’, denuncia moradora

População enfrenta diariamente uma dura realidade de abandono

O Liberal

Moradores da rua Belém, no bairro 40 Horas, em Ananindeua, enfrentam diariamente uma dura realidade de abandono. Segundo eles, a via está esburacada, tomada por mato, lama e lixo. A falta de saneamento básico, o acúmulo de resíduos e a precariedade da infraestrutura são problemas constantes. Enquanto a gestão municipal tenta convencer que Ananindeua está em “outro patamar”, os moradores afirmam que esse patamar é o da “sujeira, imundície e lama”.

A dona de casa Alda Furtado, de 43 anos, desabafa sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia. “A gente vive assim, nessa imundície, nessa lama. O lixo é jogado porque não tem mais onde colocar, o carro d​o lixo passa semana sem recolher. A água da rua vem tudo para cá porque não tem para onde escoar, invade o quintal, invade minha casa, e o poder público não olha para a gente. Prefeito e vereador só aparecem aqui de quatro em quatro anos para pedir voto. Fora isso, somem, ficam lá no ar-condicionado sem fazer nada e a imundície continua aqui”, desabafou a moradora.

Outro problema grave apontado pelos moradores é a falta de abastecimento de água. “Aqui, a gente não tem saneamento básico, não tem nada. A água passa mais de um mês faltando. O poste aqui, caindo, porque ninguém ajeita nada. Aqui a gente vive jogado às traças. Dizem que Ananindeua está em outro patamar, mas não sei que patamar é esse, só se for da sujeira, imundície e da lama. Eu queria saber qual é esse patamar, só se for o patamar da lama”, criticou uma moradora.

Além disso, o lixo acumulado na rua atrai pragas e doenças, mas a população se vê sem alternativa. “O lixo nas portas dá rato e tudo, mas a gente vai botar onde? Se eu tivesse condições, eu jogava lá na porta da prefeitura para ver se ele tomava vergonha na cara e vinha juntar essa imundície. A gente deixa no quintal, mas quando não dá mais, joga para cá, porque não vamos acumular lixo por conta de rato, mosca, essas coisas. Mas mesmo aqui, o lixo prejudica a gente”, relatou outra moradora.

A situação piora durante o período chuvoso. Com ruas sem drenagem adequada, as enchentes se tornam frequentes. “Quando chove, alaga tudo porque não tem para onde a água ir. Nas primeiras chuvas de março, minha casa encheu. A água vai para as casas mais baixas. Eu queria perguntar para ele [prefeito] se aqui na rua a gente não merece asfalto. A gente paga imposto, paga energia e não tem nada. Eu moro aqui há 20 anos e é todo tempo isso aqui. Estou querendo me mudar porque não dá, não tem condições de viver nessa lama, eu não sou caranguejo. Ali, o Uber nem entra mais”, disse uma moradora.

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Outro morador, que preferiu não se identificar, destaca que a falta de água e a infraestrutura precária agravam ainda mais a situação. “Se for para começar com o pior de tudo, é a água. São raros os dias que ela dá forte na torneira. Quando dá, é só nas torneiras baixas. A gente está tendo uma dificuldade muito grande com asfalto e também com a canaleta, a vala a céu aberto. Quando chove, o esgoto se mistura com a água da chuva, é horrível. As duas ruas daqui de trás alagam e tem a questão da saúde, porque está dando larvas de mosquito da dengue”, denunciou.

O impacto das chuvas também afeta estabelecimentos na área, a exemplo das igrejas. “A água já chegou a bater dentro da igreja. Os portões menores das casas são a primeira coisa a ir para o fundo. O início da rua fica praticamente impossível de andar. A gente já teve promessas, que é o que mais o povo daqui tem, mas nunca tem resultado. Já estamos há 15, 17 anos dessa mesma forma”, lamentou outro morador.

A rotina dos moradores precisa ser adaptada às condições da rua, principalmente nos dias de chuva. “Quando está chegando a chuva, a gente já se prepara. Tem gente que, quando chove, já tem até as tábuas que colocam no meio da rua para andar até a saída. Impacta principalmente pelo horário. Se está chovendo, a gente fica impedido de sair de casa, mete o pé dentro de vala, de água parada, até chegar na parada de ônibus. O lixo está parado há mais de uma semana aqui e não está entrando o caminhão. Entra só um tratorzinho, que não recolhe tudo. Devido à capacidade pequena, fica aquele ponto de interrogação se a gente votou certo”, questionou um morador.

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