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'A cruz é um projeto de Deus para nossa vida', diz padre Pighin na homilia deste domingo (15)

O sacerdote chamou a atenção para o fato de que, assim como nos tempos bíblicos, as pessoas hoje ainda moldam suas visões de Deus de acordo com suas próprias aspirações e desejos

O Liberal
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A missa deste domingo (15), realizada na sede do Grupo Liberal, em Belém, trouxe uma profunda reflexão sobre o significado da cruz, conduzida pelo padre Cláudio Pighin. Com base no evangelho de Marcos, o sacerdote destacou a cruz como o "centro do projeto de Deus" e um ponto de referência essencial para compreendermos nossa vida e fé, tanto nos tempos antigos quanto nos dias atuais. 

Durante sua homilia, padre Cláudio contextualizou o evangelho de Marcos ao situá-lo nos turbulentos anos 70 depois de Cristo, período marcado pela perseguição aos cristãos e a destruição iminente de Jerusalém pelo Império Romano. Ele ressaltou como os cristãos daquela época enfrentavam um peso significativo, com a cruz sendo não apenas um símbolo de fé, mas também de desafio e resistência.

“Muita cruz pesava na vida das pessoas”, disse o sacerdote, lembrando a perseguição instaurada pelo imperador Nero em 64 d.C. e as divisões entre os judeus convertidos a Jesus e os fiéis ao judaísmo, que não aceitavam o Messias crucificado. Padre Cláudio explicou que, para os judeus daquela época, a ideia de um Messias crucificado era inconcebível. A expectativa era de um salvador majestoso, que traria glória e libertação. 

“Segundo o Deuteronômio capítulo 21, acreditava-se que quem fosse crucificado era um amaldiçoado por Deus”, afirmou, enfatizando que essa crença tornava ainda mais difícil a aceitação de Jesus como o Messias. Foi nesse contexto que Marcos questionou os discípulos, desafiando-os a compreender o verdadeiro papel do Messias e o significado profundo da cruz. 

Tempos atuais 

O sacerdote chamou a atenção para o fato de que, assim como nos tempos bíblicos, as pessoas hoje ainda moldam suas visões de Deus de acordo com suas próprias aspirações e desejos. 

“As multidões se afastaram, porque era mais fácil seguir um Jesus que fazia milagres do que um Jesus na cruz”, refletiu. Esse distanciamento, segundo o padre Cláudio, ocorre porque muitos ainda relutam em aceitar a cruz como um chamado ao sacrifício e à humildade, preferindo uma versão de Deus que atenda suas necessidades imediatas. 

Em sua homilia, padre Cláudio mencionou o diálogo de Jesus com seus discípulos, em que Pedro declara que Jesus é o Messias esperado. No entanto, Jesus adverte Pedro a não compartilhar isso com o povo, pois a expectativa das massas era de um Messias poderoso, conforme suas ambições pessoais, e não de um Messias servo.  

“Jesus ensina que ele mesmo é o Messias servo, que será preso, torturado e morto na cruz”, pontuou o sacerdote, destacando a reação de Pedro, que tenta dissuadir Jesus, mas é duramente repreendido: “Afasta-te de mim, Satanás”. A resposta firme de Jesus reforça que sua missão, confiada por Deus, não pode ser alterada para atender aos desejos humanos. 

Por fim, padre Cláudio desafiou os fiéis a refletirem sobre sua própria fidelidade à missão de Deus. “Até que ponto somos fiéis à missão que recebemos de Deus? Ou queremos fazer as nossas missões confundindo-as com as de Deus?”, questionou.  

Ele ressaltou que seguir Jesus significa aceitar a cruz como um chamado para enfrentar as exclusões e humilhações do mundo, imitando o testemunho do Nazareno. “Carregar a cruz e seguir Jesus é aceitar o desafio de ser excluído, humilhado, para proclamar que todos têm que se tratar como irmãos e irmãs”, disse. 

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