75% dos casos confirmados de covid-19 em Belém são da variante Delta

Com o avanço de diversas variantes, o maior problema pode ocorrer na necessidade de produção em grande escala de vacinas durante a pandemia

O Liberal
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A variante Delta já está presente em mais de 75% de casos confirmados de covid-19 na capital, afirma a Secretária Municipal de Saúde de Belém (Sesma). É essa mesma mutação que acometeu o prefeito Edmilson Rodrigues e o levou ao tratamento mais rígido para tratar as consequências da doença. Há poucos dias, uma subvariante da cepa Delta (AY.33) foi identificada em Belém. Segundo a Sesma, o vírus pode não ser detectado por testes rápidos e pelos protocolos padrões de RT-qPCR.

Mas o que explica o surgimento de diversas variantes do SARS-CoV-2, mesmo com o avanço da vacinação? O imunologista Gustavo Cabral explica que se não ocorrer o controle da circulação viral, é possível o surgimento de novas variantes, e pior, mutações que podem atrapalhar seriamente todo o trabalho realizado até agora.

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Infectologista afirma que o fato de o prefeito ter se vacinado o preveniu de um quadro ainda mais grave

"É complicado falar que uma variante vai se tornar dominante, mas uma coisa que é de extrema importância, independente de qual for, se será Delta ou subvariante, nós perdemos. Não podemos levar nenhuma certeza acerca desse assunto, podemos supor, mas para levar a sociedade é um tanto complexa.  Essas mutações estão ocorrendo com uma certa frequência porque estamos oferecendo corpos e o vírus está se dispersando", explica o cientista.

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Nem toda variante tem uma carga viral mais grave, afirma o imunologista. "Nós temos mais de mil variantes e são apenas algumas que nós chamamos de Variantes de Preocupação (VOCs). São as mutações que realmente podem causar algo mais grave, mas a maioria não causa muitos danos graves. A questão é de que mil variantes, uma possa ser o suficiente para atrapalhar todo um trabalho de controle feito até aqui", pontua Gustavo Cabral.

image O uso de máscaras continua sendo obrigatório até que a pandemia esteja definitivamente controlada com um bom percentual da população com duas doses de vacinas anticovid-19 (Akira Onuma / Arquivo O Liberal)

Diminuir a circulação viral é essencial para o combate da covid-19

A covid-19 ainda é uma doença recente e demanda mais estudos. Não se pode garantir que a imunização será anualmente, mas é muito provável que se necessite de uma vacina de reforço e com possibilidade de alteração na composição vacinal. Essas mudanças não são muito drásticas, são apenas em alguns pontos de mutação. O imunologista conta que é uma preocupação de acordo com o que for surgindo. 

"Se surgir daqui para frente alguma mutação que precise de uma reformulação um pouco mais completa, a gente faz, esse não é o grande problema. A maior preocupação é em relação ao gargalo da produção no meio de uma pandemia, é produzir em grande escala em um momento como esse. Agora alterar uma vacina não é algo tão complexo, fazemos isso rapidamente", ressalta.

A tendência é de que a cepa Delta seja dominante. Até o momento, a subvariante que circula pela capital está em análise e os motivos para essa não-detecção pelos exames já vastamente utilizados pelas equipes de saúde é que o sequenciamento da mutação precisa de uma avaliação mais cuidadosa, com maior tecnologia e normalmente são feitos em laboratórios de referência.

Enquanto a campanha de vacinação avança no estado, os cuidados para o enfrentamento dessas variantes devem permanecer os mesmos. A Sesma orienta que qualquer pessoa que apresente sintomas compatíveis com covid-19, deve ser orientada a manter isolamento social por 14 dias. Além disso, a secretaria pede que a população siga com as medidas de prevenção, como a lavagem frequente das mãos com água e sabão e/ou álcool em gel, o uso obrigatório de máscara e manter o distanciamento social".
   

(Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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