Trump promete paz no Oriente Médio em encontro com Netanyahu na Flórida

Reunião encerrou uma semana na qual Netanyahu se dirigiu ao Congresso dos EUA e manteve conversas com o presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris, adversária de Trump nas eleições presidenciais

Conteúdo Estadão
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O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu na Flórida o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu nesta sexta-feira (26/7), na primeira reunião entre em quase quatro anos após momentos de tensão entre os dois. No encontro, Trump fez críticas aos seus rivais democratas e prometeu trabalhar pela paz no Oriente Médio, caso vença as eleições de novembro.

"Se ganharmos, será muito simples. Tudo será resolvido, e muito rapidamente", assegurou o republicano, que afirmou que há "pessoas incompetentes" comandando os Estados Unidos. "Se não o fizermos, você pode acabar com grandes guerras no Oriente Médio e talvez uma terceira guerra mundial."

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Netanyahu entregou a Trump uma foto emoldurada que o líder israelense disse mostrar uma criança que foi mantida refém por militantes liderados pelo Hamas desde as primeiras horas da guerra. "Nós cuidaremos disso", Trump assegurou a ele.

O encontro de sexta-feira ocorreu um dia após Trump dizer em uma entrevista à Fox News que Israel precisa "acabar com isso (a guerra) rápido". "Não pode continuar assim. É muito longo. É demais," Trump disse na entrevista.

Ao mesmo tempo, Trump tem criticado Israel desde que lançou seu esforço militar, questionando o fato de Israel ter compartilhado imagens da destruição em Gaza. "Israel tem que lidar com suas relações públicas. Suas relações públicas não são boas," disse na quinta-feira. "E eles precisam resolver isso rápido porque o mundo - o mundo não está aceitando isso de bom grado."

A campanha de Trump emitiu depois um comunicado sobre a reunião em que "prometeu que, quando voltar à Casa Branca, fará tudo o que for possível para trazer a paz ao Oriente Médio e impedir que o antissemitismo se espalhe pelos campi universitários dos Estados Unidos".

Questionado por jornalistas se sua viagem aos EUA estava fazendo progresso em direção a um cessar-fogo em Gaza em casa, Netanyahu disse: "Espero que sim", e acrescentou que Israel estava ansioso por um acordo.

O encontro encerrou uma semana na qual Netanyahu se dirigiu ao Congresso dos Estados Unidos e manteve conversas com o presidente Joe Biden e a favorita para ser a candidata dos democratas nas eleições de novembro, a vice-presidente Kamala Harris.

O encontro desta sexta foi muito mais amistoso do que o que Netanyahu teve na quinta-feira, quando se encontrou em Washington com Biden e Harris. Ambos pressionaram o líder israelense a trabalhar rapidamente para fechar um acordo para trazer um cessar-fogo e libertar reféns.

Laços reatados

Netanyahu e Trump se encontraram pela última vez em uma cerimônia na Casa Branca em setembro de 2020 para a conquista diplomática emblemática das carreiras políticas de ambos os homens. Foi um acordo intermediado pela administração Trump no qual os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein concordaram em estabelecer relações diplomáticas normais com Israel.

Como presidente, Donald Trump foi muito além de seus antecessores ao cumprir os principais desejos de Netanyahu dos Estados Unidos. No entanto, quando Trump deixou a Casa Branca, as relações azedaram, com Trump criticando publicamente Netanyahu como desleal, apesar dos esforços do outro homem para consertar os laços.

Trump rompeu com Netanyahu no início de 2021. Isso aconteceu depois que o primeiro-ministro israelense se tornou um dos primeiros líderes mundiais a parabenizar Biden por sua vitória na eleição presidencial, desconsiderando a falsa alegação de Trump de que ele havia vencido.

"Bibi poderia ter ficado quieto", disse Trump em uma entrevista a um jornal israelense naquela época. "Ele cometeu um erro terrível", disse. Ele também criticou Netanyahu em outros pontos acusando-o de "não estar preparado" para os ataques do Hamas em 7 de outubro, que deram início à guerra em Gaza, por exemplo.

Para Netanyahu, reparar as relações com Trump é fundamental, dada a perspectiva de que ele possa se tornar novamente presidente dos Estados Unidos, principal fornecedor e protetor de armas de Israel.

Em seu discurso no Congresso na quarta-feira (24/7), Netanyahu reconheceu Biden, que manteve apoio militar e diplomático à ofensiva de Israel em Gaza, apesar da oposição de seu Partido Democrata. Mas o premiê israelense também elogiou Trump, chamando os acordos regionais que Trump ajudou a intermediar de históricos e agradecendo-lhe "por todas as coisas que ele fez por Israel".

Netanyahu listou ações do governo Trump há muito buscadas pelos governos israelenses - os EUA dizendo oficialmente que Israel tinha soberania sobre as Colinas de Golã, capturadas da Síria durante uma guerra de 1967; uma política mais dura dos EUA em relação ao Irã; e Trump declarando Jerusalém a capital de Israel rompendo com a política de longa data dos EUA de que o status de Jerusalém deveria ser decidido nas negociações entre israelenses e palestinos.

(Com agências internacionais)

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