Netanyahu é vago sobre Gaza no pós-guerra em discurso no Congresso dos EUA

Ele ainda insinuou uma possível aliança futura entre Israel e os aliados árabes dos EUA

Patricia Zengerle e Matt Spetalnick / Reuters
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi vago para descrever uma Gaza "desradicalizada" no pós-guerra, no seu discurso no Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira (24) e insinuou uma possível aliança futura entre Israel e os aliados árabes dos EUA.

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Protesto aconteceu um dia antes de o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fazer um discurso no Congresso

Ainda que diversos parlamentares democratas tenham boicotado a sua fala e milhares de manifestantes pró-palestinos estivessem protestando na região, Netanyahu minimizou as críticas à campanha militar israelense que tem devastado o enclave palestino e já matou mais de 39 mil residentes, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.

Manifestantes contra Israel estão apoiando o Hamas e “deveriam ter vergonha de si mesmos”, disse Netanyahu, alegando sem provas que eles eram patrocinados pelo Irã. "Pela informações que temos, o Irã está patrocinando os protestos contra Israel que acontecem agora do lado de fora deste prédio", acrescentou.

Ele colocou a culpa pelos relatos de fome em Gaza no Hamas, o grupo militante que controla o enclave palestino, e insistiu que Israel protege os civis lá. Ele disse que Israel está intensamente dedicado nos esforços de libertação dos reféns mantidos presos pelo Hamas.

Recebido por um ovação dos republicanos, e uma recepção mais discreta dos democratas, Netanyahu prometeu que os reféns vão ser libertados em pouco tempo.

Dezenas de parlamentares democratas evitaram o seu discurso, expressando consternação sobre as milhares de mortes de civis e a crise humanitária resultantes da campanha militar israelense em Gaza.

Militantes do Hamas deram início à guerra em 7 de outubro ao atacar o sul israelense, matando 1.200 pessoas e capturando 250 reféns, de acordo com estimativas israelenses. Cerca de 120 reféns seguem em cativeiro, ainda que Israel estime que um em cada três já esteja morto.

Em um discurso de uma hora e interrompido diversas vezes por aplausos, Netanyahu buscou reforçar o apoio dos EUA para Israel, especialmente no envio de armas, em face à crescente censura internacional depois que nove meses de guerra no enclave palestino tem ameaçado escalar para um conflito regional mais amplo.

"Acelerar o auxílio militar dos EUA poderia dramaticamente apressar o fim da guerra em Gaza e auxiliar em evitar uma guerra no Oriente Médio", disse Netanyahu.

Ele disse que Israel está ativamente envolvido em esforços intensivos para garantir a libertação dos reféns. Ele disse que a sua visão do pós-guerra envolve uma “Gaza desradicalizada e desmilitarizada” liderada por palestinos que não buscam destruir Israel.

Autoridades dos EUA têm pressionado repetidamente Netanyahu a criar uma plano para “o dia seguinte” para Gaza. Netanyahu disse que Israel não iria permitir que o Hamas retornasse ao poder, mas também não aceita nenhum papel da Autoridade Palestina, que administra partes da ocupada Cisjordânia.

Netanyahu também abordou a possibilidade de uma ampla aliança no Oriente Médio entre Israel e os seus vizinhos árabes, algo que os EUA busca, como uma defesa contra o Irã. 

Tal arranjo demandaria uma normalização histórica nas relações entre Israel e a Arábia Saudita, e o governo saudita tem dito que a resistência de Netanyahu ao Estado palestino assim como o continuado conflito em Gaza são entraves para a realização desse acordo.

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