Esqueleto de 'vampiro' é encontrado na Polônia com foice no pescoço e cadeado no pé
Ossada de uma jovem de 18 anos, apelidada de “Zosia”, indicam um antigo medo de que ela pudesse “retornar dos mortos” e detalhes sobre a crença de vampiros
Em um campo próximo à vila de Pien, conhecido atualmente como “Campo dos Vampiros”, na Polônia, arqueólogos encontraram o esqueleto de uma jovem de 18 anos, com uma foice posicionada sobre o pescoço e um cadeado no pé. Os artefatos, segundo cientistas, indicam um ritual para impedir que ela "voltasse dos mortos".
🧛♂️ Batizada de "Zosia", a jovem era parte de um cemitério peculiar onde cerca de 100 corpos foram enterrados com objetos e posições incomuns, sugerindo que eram considerados "vampiros" pela comunidade. A área ficou conhecida como "Campo dos Vampiros" e tem sido objeto de estudo por arqueólogos da Universidade Nicolau Copernico.
A descoberta arqueológica na Polônia trouxe à tona detalhes sobre as práticas funerárias do século XVII, especialmente no que diz respeito a medidas extremas tomadas para “proteger os vivos” de pessoas vistas como ameaças sobrenaturais.
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Medo da ressurreição
Essas precauções não eram incomuns na Europa Central medieval, onde as pessoas acreditavam que os mortos poderiam voltar como seres conhecidos como “upior” — criaturas do folclore local que hoje associamos aos vampiros.
⚰️ Para o arqueólogo-chefe Dariusz Polinski, da Universidade Nicolau Copérnico, esses artefatos revelam o medo que a comunidade sentia de Zosia. “Esses itens foram claramente dispostos para proteger os vivos de qualquer retorno dela”, explicou o professor.
Zosia não foi a única encontrada com essas marcas. Em 2022, uma criança, também enterrada com um cadeado no pé e virada de bruços, foi descoberta na mesma área. Entre os cem sepultamentos, pelo menos 30 mostravam evidências de precauções: corpos de bruços, pedras pesadas sobre o corpo e moedas na boca. Cada prática tinha o propósito de assegurar que os mortos permanecessem “em seu descanso”.
Características de Zosia
O esqueleto de Zosia apresenta sinais de uma posição social elevada, visto que foi enterrada com um raro gorro de seda. A pesquisa com o arqueólogo Oscar Nilsson recriou digitalmente o rosto dela, com traços que sugerem olhos azuis e cabelos curtos.
👉 Além disso, características físicas incomuns foram encontradas — uma anomalia no osso esterno, que, na época, podia ser interpretada como um presságio ou marca de “perigo”.
Para alguns pesquisadores, essas marcas reforçavam a desconfiança em torno de Zosia, vista como uma possível ameaça à comunidade. Uma série de documentários sobre o “Campo dos Vampiros” será lançada pela Sky History, apresentando detalhes dessas descobertas.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Mirelly Pires, editora web em OLiberal.com)
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