Trump afirma que encontrará rombo bilionário em setores como Educação e Defesa
Presidente pediu a Musk para investigar setores do governo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu que Elon Musk, que dirige um departamento encarregado de cortar os gastos federais, vai ajudar a descobrir "centos de bilhões de dólares de fraudes" contra as agências do governo. "Vamos encontrar bilhões, centenas de bilhões de dólares de fraudes e abusos. Sabem que as pessoas me elegeram para isso", acrescentou Trump em trecho da entrevista concedida a Fox News, que deve ser exibida neste domingo (9).
Em sua entrevista, Trump assegurou que, em um dia ou dois, ordenará a Musk que aponte o seu bisturi governamental para o Departamento de Educação. "Depois, irei para as Forças Armadas", disse o presidente americano, reiterando seu chamado para uma revisão dos gastos no Pentágono, cujo orçamento para 2025 chega a 850 bilhões de dólares (R$ 4,9 trilhões, na cotação atual).
O presidente está há apenas três semanas na Casa Branca e já emitiu uma série de decretos para reduzir consideravelmente os gastos federais. Designou Musk, dono da companhia aeroespacial SpaceX e da fabricante de veículos elétricos Tesla, para liderar seus esforços de redução dos gastos federais à frente do chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).
Musk já tomou medidas para fechar a Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID), despedindo a milhares de funcionários. Juízes federais intervieram para ordenar que essas demissões sejam suspensas temporariamente.
A função de Musk enfrenta críticas, em parte porque suas empresas firmaram contratos de bilhões de dólares com o governo federal americano, mais de 20 bilhões (R$ 115 bilhões) segundo o legislador democrata da Câmara dos Representantes Mark Pocan.
Dentro de sua estratégia econômica, Trump também ameaçou Canadá e México com uma tarifa de 25% sobre todas as importações, mas a suspendeu por um mês após conversas de última hora com os líderes de ambos os países.
Neste domingo, no entanto, o presidente americano advertiu que o que foi feito até agora "não era suficiente". "Algo tem que acontecer, não é sustentável e estou mudando isto", disse ao ser perguntado se os dois países deveriam fazer mais antes do prazo limite de 30 dias.
'Evisceração da democracia'
Quando perguntado se acredita que Musk vai erradicar de maneira justa os gastos desnecessários, Trump sustentou que o homem mais rico do mundo e suas empresas não estão sendo beneficiadas economicamente por seu trabalho no DOGE. "Não está tendo nenhum lucro", ressaltou. Os democratas têm criticado em coro as ações do presidente republicano.
O senador Chris Murphy advertiu neste domingo sobre o que considera um "ataque à Constituição" e disse que Trump está abrindo caminho para que "os bilionários assumam o controle do governo".
"O presidente quer poder decidir como e onde será gasto o dinheiro para poder recompensar seus aliados políticos e punir seus inimigos políticos. É a evisceração da democracia", declarou Murphy ao programa de entrevistas "This Week", da emissora ABC News.
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O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, o republicano de maior categoria no Congresso, minimizou as preocupações de que Trump esteja extrapolando sua autoridade ou indo rápido demais com sua reforma do governo federal. "Não me incomoda este ritmo", disse Johnson ao programa "Fox News Sunday".
Johnson, que assistirá ao Super Bowl ao lado de Trump no estádio da cidade de Nova Orleans, descreveu Musk como "um auditor externo" cuja equipe está revelando "incríveis abusos ao erário público".
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