Príncipe Charles aceitou doação milionária da família de Osama Bin Laden, diz jornal
Um milhão de libras esterlinas (mais de seis milhões de reais na cotação atual), teriam sido transferidos à Fundação de Caridade do Príncipe de Gales (PWCF)
Príncipe Charles está envolvido em mais uma polêmica, após o jornal The Sunday Times afirmar que o futuro rei dos britânicos aceitou uma doação milionária da rica família saudita de Osama bin Laden, chefiada pelo patriarca Bakr bin Laden, meio-irmão do terrorista. A doação também envolveu outro meio-irmão de Osama, Shafiq. O pai dos três sauditas, um bilionário da construção nascido no Iêmen, Mohammed bin Awad bin Laden, morreu num acidente de avião em 1967. Não há indicativos de que Bakr e Shafiq tenham financiado ou participado de atos terroristas, como fez o meio-irmão deles. As informações são do portal Gazeta do Povo.
De acordo com o jornal britânico, foi doado um milhão de libras esterlinas (mais de seis milhões de reais na cotação atual) à Fundação de Caridade do Príncipe de Gales (PWCF). A transação teria acontecido na Clarence House, uma residência da família real no bairro de Westminster em Londres, no ano de 2013, durante um encontro entre Charles e Bakr. Assessores do príncipe o teriam aconselhado a não aceitar o dinheiro e alguns imploraram para devolvê-lo, mas foram ignorados. Bate-bocas a respeito da questão teriam acontecido, encerrados a grito pelo príncipe.
VEJA MAIS
A administração da Clarence House admite que houve a doação, mas nega que houve bate-boca. Segundo a entidade, foram membros do conselho da fundação, não o príncipe em pessoa, que a aceitaram. O presidente atual da PWCF, Sir Ian Cheshire, afirma que a transação foi aprovada por unanimidade pelos cinco conselheiros na época. Somente um teria levantado dúvidas a respeito, mas seguiu os outros ao aprová-la.
Meio-irmão
O príncipe Charles e Bakr se conheceram no ano 2000 por causa do Centro de Estudos Islâmicos em Oxford. Foram apresentados um ao outro por um príncipe saudita. Eles também se encontraram duas semanas após o ataque terrorista de 2001 para conversar sobre a fé muçulmana.
Bakr é responsabilizado por 100 mortes, mas não por terrorismo: houve um acidente em 2015 em um de seus projetos de construção. Chegou a passar mais de um ano na cadeia, incluindo todo o ano de 2018, acusado de corrupção pelo governo saudita, mas foi libertado em janeiro de 2019, em meio à pressão internacional sobre o príncipe saudita Mohammed bin Salman por causa do assassinato e esquartejamento do jornalista Jamal Khashoggi no consulado da Arábia em Istambul por 15 agentes sauditas. A família Bin Laden distanciou-se de Osama há décadas.
Críticas
A proximidade de Charles com dinheiro de bilionários do Oriente Médio já foi alvo de críticas da imprensa britânica em outras ocasiões. No mês passado, o mesmo jornal noticiou que o príncipe aceitou um milhão de euros em dinheiro vivo em uma mala do ex-premiê do Catar Hamad bin Jassim bin Jaber Al Thani, conhecido como HBJ. Há denúncia em tribunal britânico que o escritório de HBJ teria sido intermediário de dinheiro repassado para célula do grupo terrorista Al-Qaeda, fundado por Osama, na Síria. HBJ tem várias propriedades em Londres e é dono do time de futebol Paris Saint-Germain.
Um ano antes, Charles concedeu uma honraria, a Excelentíssima Ordem do Império Britânico, a outro magnata saudita de nome Mahfouz Marei Mubarak em uma cerimônia privada no Palácio de Buckingham. A honraria teria sido comprada com doações. A questão está sendo investigada pela Polícia Metropolitana de Londres.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA