Mais de 1 milhão de pessoas protestam contra extrema direita na Alemanha, que discute banir partido
Neste final de semana, em diferentes cidades alemãs, diversas pessoas foram às ruas protestar contra o partido Alternativa para a Alemanha (AfD)
Mais de um milhão de pessoas foram às ruas na Alemanha durante três dias seguidos para protestar contra a extrema direta. Uma reunião secreta do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), com neonazistas e empresários, sobre a expulsão em massa de imigrantes causou revolta em moradores do país. Cerca de 35 mil pessoas se reuniram em Frankfurt no sábado, 20. Hannover, Berlim, Munique, Colônia, Dresdeb, Leipsig e Bonn também foram cidades alemãs convocadas ao ato.
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“Fora nazistas”, “Nazis, não, obrigado” e “Parece que estamos em 1933, proibição do AfD já!” são apenas uma das diversas frases ditas pelos protestantes. O AfD entrou no Parlamento alemão em 2017, está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais e tem ganhado força no leste do país. A possibilidade do Tribunal Constitucional banir o AfD tem sido discutida por políticos alemães, que planejam apelar ao órgão para a saída do partido.
Os protestos contra o partido iniciaram após informações sobre uma reunião secreta em Potsdam virem à tona no dia 10 de janeiro, divulgadas pela organização de jornalismo investigativo Correctiv. Membros do AfD, neonazistas e empresários estiveram presentes na reunião junto ao austríaco Martin Sellner, pessoa de destaque no movimento identitário nacional. Sellner apoia a “grande substituição”, teoria da conspiração que afirma a existência de um complô de imigrantes não-brancos substitutos da população branca “nativa” da Europa.
René Springer, representante da AfD em Brandemburgo, declarou no X (Twitter): “Vamos devolver os estrangeiros à sua terra natal. É uma promessa. Para mais segurança, mais justiça e para preservar a nossa identidade. Para a Alemanha.” A vice-líder do AfD, Alice Widel, falou que apenas aqueles que possuem cidadania alemã são parte do 'seu' povo. “Exatamente por isso que o passaporte alemão não deveria ser açoitado por qualquer pessoa”, apontou.
Políticos alemães, ministros da coalizão centro-esquerda e chanceler Olaf Scholz estiveram presentes nos protestos. Para o vice-ministro de Relações Exteriores Robert Habeck a eliminação do AfD poderia causar danos maiores e retroalimentar a fúria dos eleitores, fazendo-os dar novas vestes às ideias.
(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de Oliberal.com, Heloá Canali)
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