Israel enfrenta 1º atentado com morte desde o início da trégua com Hamas em Gaza

Polícia descreveu ataque como "terrorista", termo que indica que está ligado ao conflito israelense-palestino

Menahem KAHANA / AFP
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Israel sofreu nesta segunda-feira (3) o primeiro ataque mortal desde o início de uma trégua com o Hamas na Faixa de Gaza em janeiro, cometido por um druso israelense que matou uma pessoa e feriu quatro na cidade de Haifa. 

O atentado, que ocorreu em uma estação de ônibus e trens, ocorreu em um momento em que a trégua enfrenta um impasse e Israel está bloqueando a entrada de ajuda humanitária em Gaza. 

A polícia descreveu o ataque como "terrorista", um termo que indica que está ligado ao conflito israelense-palestino. 

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Acrescentou que o agressor era um druso israelense — uma ocorrência extremamente rara — que havia retornado recentemente do exterior. 

Os drusos, seguidores de uma religião esotérica derivada do islamismo, formam uma minoria de língua árabe conhecida por seu patriotismo. 

"O terrorista saiu de um ônibus e esfaqueou vários civis", disse a polícia. O agressor foi morto pelas forças de segurança. 

Quando jornalistas da AFP chegaram ao local, após as vítimas terem sido evacuadas, viram o corpo coberto do agressor no chão e muito sangue. 

O movimento islamista palestino Hamas chamou o ataque de "operação heroica", mas não assumiu a responsabilidade. 

Equipes de resgate confirmaram a morte de um homem de 70 anos e acrescentaram que atendiam quatro feridos, incluindo "três em estado grave". 

Haifa, uma cidade mista de judeus e árabes, é o maior centro urbano no norte de Israel. 

A trégua entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra devastadora. 

Após a conclusão da primeira fase do acordo, negociado pelo Catar com a ajuda do Egito e dos Estados Unidos, Israel e o Hamas não conseguiram chegar a um entendimento sobre a próxima etapa do processo, que deveria começar no domingo.

"Melhor amigo de Israel"

O Hamas chamou de "crime de guerra" a suspensão da ajuda a Gaza, onde 2,4 milhões de palestinos vivem sob cerco israelense desde o início dos confrontos. 

A ONU pediu a retomada "imediata" da ajuda humanitária e instou "todas as partes" a "impedir o retorno das hostilidades". 

Vários países árabes, incluindo Catar, Egito e Arábia Saudita, denunciaram uma "violação flagrante" do acordo e acusaram Israel de "usar a fome como arma contra o povo palestino". 

Uma reunião ministerial árabe está marcada para esta segunda-feira no Cairo, seguida de uma cúpula árabe sobre Gaza. 

Nesse contexto de tensões crescentes, os Estados Unidos anunciaram que aceleraram a entrega de cerca de 4 bilhões de dólares (23 bilhões de reais) em ajuda militar a Israel. 

No domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agradeceu ao presidente Donald Trump pela ajuda, que, segundo ele, permitirá que Israel "termine o trabalho contra o eixo de terror iraniano". 

Trump "é o melhor amigo que Israel já teve na Casa Branca", disse.

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