Giorgia Meloni reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela
Primeira-ministra italiana considera as eleições venezuelanas 'pouco transparentes' e condena 'a repressão brutal do regime' de Nicolás Maduro
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reconheceu, nesta quarta-feira (20/11), Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela, em uma declaração conjunta com seu colega argentino, Javier Milei, após uma reunião bilateral em Buenos Aires.
“Juntamente com a União Europeia, estamos trabalhando por uma transição democrática e pacífica na Venezuela, para que a preferência expressa pelo povo venezuelano pelo presidente eleito González Urrutia e suas legítimas aspirações por liberdade e democracia possam finalmente se tornar realidade”, disse Meloni.
Ela considerou as eleições venezuelanas “muito pouco transparentes” e condenou “a repressão brutal do regime” de Nicolás Maduro.
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Na terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou que os Estados Unidos reconheceram González Urrutia como presidente eleito da Venezuela.
González Urrutia reivindica a vitória na eleição presidencial de 28 de julho, na qual a autoridade eleitoral proclamou Maduro para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031) sem mostrar os detalhes da contagem de votos.
Meloni recebeu Edmundo González duas vezes na Itália, e Milei também reconheceu sua vitória nas eleições. Os líderes se reuniram nesta quarta-feira em Buenos Aires, após a cúpula do G20 realizada esta semana no Rio de Janeiro.
“Temos a oportunidade histórica de fortalecer ainda mais nossos laços para construir uma relação especial entre nossas nações”, enfatizou Meloni, informando que havia concordado com Milei em “elaborar conjuntamente um plano de ação Itália-Argentina 2025-2030 que identifique as principais áreas de colaboração bilateral nas quais concentrar nossos esforços e energias”.
Milei voltou a pedir uma “aliança de nações livres” que inclua a Itália e a Argentina. “Porque hoje o Ocidente está sob um manto de escuridão e exige que aqueles de nós que defendem a liberdade, mesmo que ainda sejamos poucos em número, lancem luz e liderem o caminho”, disse ele.
Em sua declaração, Meloni não se referiu à aliança proposta por Milei, que na semana passada havia sugerido a criação de "uma aliança de países junto com Estados Unidos, Itália e Israel", em seu discurso na cúpula conservadora CPAC na Flórida, Estados Unidos.
O ultraliberal Milei destacou, ainda, sua afinidade com Meloni: "Os dois fomos eleitos para conduzir os destinos dos nossos países, para abordar com coragem, verdade e sem rodeios o problema central das nossas nações".
"No meu caso, acabar com a inflação galopante e a miséria profunda deixadas na Argentina por décadas de coletivismo. No caso da primeira-ministra Meloni, dar uma resposta contundente ao problema da imigração sem controle e suas consequências para a segurança civil", prosseguiu o argentino.
Meloni, por sua vez, afirmou: "Temos que trabalhar juntos sobretudo nos principais cenários internacionais porque nossos pontos de vista em comum são muitos - Ucrânia, Oriente Médio e também a crise que a Venezuela está atravessando".
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