Bebê de apenas 1 ano morre após ter o suporte de vida desligado por decisão judicial

A Suprema Corte decidiu que não era do interesse de Ayden continuar seu tratamento e interromperam o uso suporte vital

Pedro Garcia

Um juiz da Suprema Corte de Londres decidiu interromper o tratamento de um bebê de um ano, que estava no centro de uma disputa legal, resultando na morte da criança. Ayden Braqi sofria de uma "doença neuromuscular grave, progressiva e irreversível", para a qual não há cura conhecida.

Os advogados do Great Ormond Street Hospital (GOSH) em Londres, onde ele recebia tratamento, argumentaram que os custos e dificuldades do tratamento superavam os benefícios limitados que ele poderia obter ao prolongar sua vida. Em contrapartida, sua mãe se opôs a essa proposta, afirmando que, apesar de sua condição, Ayden ainda conseguia sorrir.

A Suprema Corte decidiu que não era do interesse de Ayden continuar seu tratamento, resultando na interrupção de seu suporte vital na última quinta-feira (14). Ayden faleceu no hospital "cercado por sua família" logo após a remoção da ventilação mecânica que o mantinha vivo.

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Em uma decisão proferida na quarta-feira e divulgada na sexta-feira, após a morte de Ayden, a juíza Morgan afirmou: "Considerei as opiniões de sua mãe sobre a continuidade do cuidado e seus desejos fortes a respeito desse pedido. No entanto, preciso avaliar objetivamente os melhores interesses de Ayden, tanto do seu ponto de vista quanto em uma perspectiva mais ampla sobre seu bem-estar."

A criança foi internada no GOSH aos três meses e permaneceu lá pelo resto de sua vida. Durante uma audiência no mês passado, foi ouvido que Ayden estava "cognitivamente intacto" e podia "ver, ouvir, cheirar, sentir e aproveitar".

Neriman Braqi, mãe de Ayden, declarou em seu depoimento que frequentemente passava cerca de 16 horas por dia ao lado do filho. A juíza Morgan reconheceu que Neriman amava Ayden "com uma devoção difícil de expressar em palavras" e descreveu o caso como uma situação de "tristeza desesperada". Ela também ressaltou que Neriman "lutou incansavelmente" por seu filho e que "não poderia ter feito mais por ele do que já fez".

Um porta-voz do Great Ormond Street Hospital (GOSH) afirmou que a equipe sempre tem os melhores interesses das crianças em mente ao tomar decisões e que recorrer ao tribunal foi o "último recurso", após esgotar "todas as outras opções".

O porta-voz acrescentou que todos os envolvidos na vida de Ayden "sempre quiseram o melhor para ele", mas que, infelizmente, nem sempre há consenso sobre o que é realmente melhor. Ele se desculpou pela angústia causada à família de Ayden, enfatizando: "Reconhecemos que esta é uma situação que nenhum pai ou profissional de saúde deseja enfrentar, e sempre respeitamos as opiniões da família e sua dedicação a Ayden. Esta tem sido uma situação extremamente difícil para todos os envolvidos, especialmente para a família de Ayden. Nossos pensamentos estão com eles, e nossas equipes continuarão a fazer tudo o que pudermos para apoiá-los."

*(Pedro Garcia, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web de OLiberal.com)

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