Conheça a história do homem que viveu 68 anos com soluço e entrou para o Guiness
Charles Osborne chegou a soluçar 430 milhões de vezes sem parar
Já imaginou ficar um mês com soluço sem parar? E mais de 50 anos? Esse foi o caso de Charles Osborne, um homem que ficou conhecido por carregar um fardo único durante sua vida: soluços incessantes que duraram incríveis 68 anos. Ele chegou a entrar para o livro dos recordes com o soluço mais longo da história.
Nascido em 1883, em uma pequena cidade de Nebraska, nos Estados Unidos, Charles teve uma vida marcada por uma condição rara e desafiadora. Ele tinha cerca de 20 soluços por minutos, totalizando mais de 400 milhões ao longo de toda sua vida. Em 1978, ele disse à Associated Press como se sentia em relação à condição. "Não sei como seria não tê-los. Eu fico tão dolorido com espasmos o tempo todo", descreveu.
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Como tudo começou
Em 1922, enquanto trabalhava em uma fazenda em Union, Nebraska, Charles sofreu um acidente que mudaria sua vida para sempre. Ao pendurar um porco para abatê-lo, ele sem querer escorregou e bateu a cabeça. Esse incidente aparentemente inofensivo fez começar um soluço sem fim.
Começou como um incômodo passageiro, já que geralmente os soluços são comuns e param depois de um tempo. Quando duram mais de 48 horas, são considerados crônicos. No entanto, no caso de Charles, eles se tornaram mais frequentes e intensos, chegando a cerca de 20 soluços por minuto.
Casos que duram mais de um mês são considerados intratáveis e extremamente raros, afetando apenas 1 em cada 100.000 pessoas, como foi o caso de Osborne, que precisou viver em um estado constante de contrações involuntárias e irritantes. A causa exata da condição do fazendeiro nunca chegou a ser confirmada.
A vida de Charles começou a ser moldada pelos soluços e afetar suas atividades diárias, sua interação com os outros e até mesmo sua capacidade de desfrutar de uma refeição adequada.
Tentativas de cura
Embora as origens dos soluços possam variar de pessoa para pessoa, especialistas apontam que eles geralmente vem da irritação e estimulação dos nervos frênicos, que desempenham um papel essencial na respiração e estão diretamente conectados ao diafragma, o músculo localizado logo abaixo dos pulmões.
Além disso, a participação do nervo vago, responsável por controlar funções involuntárias do corpo, também é sugerida durante as contrações do diafragma. Essa combinação de fatores neurológicos pode resultar nos espasmos involuntários característicos dos soluços.
Charles teve esforços incansáveis para encontrar uma cura ou alívio para sua condição, mas nenhum tratamento provou ser eficaz. Ele consultou médicos em todo o país, incluindo a renomada Mayo Clinic, que lhe concedeu uma breve pausa por um tratamento com oxigênio e monóxido de carbono, porém o gás tóxico dificultava a respiração do homem.
Algumas pessoas tentam técnicas populares, como prender a respiração ou beber água, para lidar com os soluços. Um amigo até tentou assustá-lo disparando uma espingarda atrás de sua cabeça. A cena chegou a assustar, mas não teve sucesso.
Apesar de não conseguir parar os soluços, Charles Osborne nunca permitiu que sua condição o derrotasse e tentou encontrar maneiras criativas de lidar e minimizar o impacto em sua vida. Através de técnicas de respiração específicas, ele conseguiu reduzir o som dos soluços, tornando-os menos perceptíveis para os outros.
Como terminou
Após quase sete décadas, os soluços de Charles desapareceram de forma inexplicável em 1990. Ele conseguiu viver alguns meses de sua vida sem o constante incômodo, antes de falecer no ano seguinte.
Embora tenha tido uma vida desafiadora, ele se casou duas vezes e teve oito filhos, mostrando sua capacidade de encontrar felicidade mesmo diante de sua rara condição.
Charles Osborne é lembrado até hoje por estar no Guiness Book com o soluço mais longo da história e por ser um exemplo inspirador de resiliência e determinação.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com)
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