Campanha de mobilização da Ucrânia cresce apesar de pouco entusiasmo

O presidente Volodymyr Zelenskiy reduziu a idade de alistamento de 27 para 25 anos em abril

Reuters
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KIEV (Dan, Peleschuk, Yuriy Muravyov e Stefaniia Bern/Reuters) -  Ao ver a patrulha militar distribuindo documentos de convocação nos arredores de Kiev, um homem entrou em uma loja próxima. Outro se recusou a sequer parar para os oficiais. Outros, no entanto, obedeceram silenciosamente.

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Embora os homens possam estar aderindo à mobilização acelerada da Ucrânia para reabastecer as tropas mais de 28 meses após a invasão russa, eles estão menos ansiosos para lutar do que antes, disse um oficial de recrutamento, que usa o codinome "Fantomas".

"Agora, pelo que sei, a maioria das filas (nos escritórios de recrutamento) é de pessoas que querem obter algum tipo de isenção (de lutar)", afirmou o homem de 36 anos, que foi acompanhado pela Reuters em uma recente patrulha de recrutamento na capital ucraniana.

O veterano de combate está na linha de frente do esforço para redobrar a convocação, apesar da diminuição do entusiasmo do público pelo serviço em tempo de guerra, no momento em que analistas militares descrevem a restruturação da mão de obra das tropas como um dos principais desafios de Kiev no campo de batalha.

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O presidente Volodymyr Zelenskiy reduziu a idade de alistamento de 27 para 25 anos em abril e assinou uma revisão do processo de mobilização que entrou em vigor em maio, obrigando os homens com menos de 60 anos a atualizar seus dados pessoais nos escritórios de alistamento ou online.

Embora os números de recrutamento permaneçam envoltos em segredo de guerra, algumas autoridades políticas e militares disseram que as mudanças, incluindo uma campanha para aumentar o recrutamento voluntário, colocaram o esforço de mobilização de volta nos trilhos depois de dois meses.

Os militares ucranianos disseram à Reuters em uma declaração por escrito que a taxa de alistamento mais do que dobrou em maio e junho em comparação com os dois meses anteriores, sem fornecer os números.

O porta-voz Bohdan Senyk descreveu o fato como uma "tendência positiva". A idade média de um soldado mobilizado permaneceu inalterada em cerca de 40 anos.

DESMOBILIZAÇÃO

Fortalecidas pela ajuda ocidental há muito adiada, as forças ucranianas vêm lutando há meses para manter a linha de frente contra as tropas russas que avançam no leste.

Muitos soldados cansados estão desesperados para serem substituídos após mais de dois anos de serviço praticamente ininterrupto, sem nenhuma clareza sobre quando serão desmobilizados de uma força armada de cerca de 1 milhão de pessoas.

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Questionado sobre um número de 200.000 soldados adicionais citado em um jornal alemão, Roman Kostenko, secretário do comitê de defesa nacional do Parlamento, estimou que os militares poderiam alistar esse número até o final do ano se o processo continuar no ritmo atual.

Isso, segundo ele, poderia permitir que a Ucrânia considerasse uma legislação para desmobilizar algumos soldados, embora o Ministro do Interior tenha alertado que fazer isso sem substituir uma parte proporcional deles poderia enfraquecer o frent.

Mathieu Boulègue, analista de defesa do Center for European Policy Analysis, com sede em Washington, disse que a estimativa de 200.000 era animadora, mas que a tarefa mais importante seria treiná-los e distribuí-los corretamente no front de batalha.

A Ucrânia precisa "investir o capital humano de forma inteligente e eficiente onde ele é necessário. Porque, por mais que seja possível contratar qualquer pessoa para dirigir um caminhão ou limpar banheiros, não é possível contratar combatentes eficazes tão facilmente", afirmou ele.

A Rússia, por sua vez, está recrutando cerca de 30.000 soldados por mês para seu esforço de guerra, enquanto sofre perdas "muito altas", disse um oficial sênior da Otan. Ele acrescentou que Moscou não tem munição e tropas para iniciar uma grande ofensiva.

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