Cães são capazes de detectar 'cheiro do estresse' com precisão de 93,7%, diz estudo
Os cachorros conseguem reconhecer, pelo cheiro do suor e pela respiração humana, os processos fisiológicos associados a uma resposta aguda a situações estressantes
Uma pesquisa da Queens University, no Reino Unido, concluiu que cães conseguem detectar o "cheiro do estresse" com uma precisão de 93,7%. De acordo com o estudo, os cachorros conseguem reconhecer, pelo cheiro do suor e pela respiração humana, os processos fisiológicos associados a uma resposta aguda a situações estressantes. As informações são do Correio Braziliense.
Os odores emitidos pelo corpo constituem sinais químicos que evoluíram para a comunicação, principalmente dentro das espécies. Dado o notável olfato dos cães, seu histórico de domesticação próximo com os humanos e seu uso para apoiar condições psicológicas como ansiedade, ataques de pânico e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), os pesquisadores se perguntaram se eles poderiam captar sinais químicos dos estados mentais de seus tutores.
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No novo estudo, os cientistas utilizaram amostras de respiração e suor de não fumantes que não haviam comido ou bebido recentemente. As amostras foram coletadas antes e depois de uma tarefa aritmética em ritmo acelerado, juntamente com níveis de estresse autorrelatados e medidas fisiológicas objetivas: frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA).
Amostras de 36 participantes que relataram aumento no estresse por causa da tarefa e experimentaram um aumento na FC e PA durante ela foram apresentadas para cães dentro de três horas após a coleta. Quatro cachorros de diferentes raças e misturas foram treinados, usando um clicker e ração, para combinar odores em uma tarefa de discriminação. No teste, eles deviam encontrar a amostra de estresse do participante.
No geral, os cães puderam detectar as amostras coletadas durante o estresse em 675 de 720 tentativas, ou 93,75% das vezes, muito mais do que o esperado por acaso. A primeira vez que foram expostos aos objetos com o cheiro dos participantes quando estressados ou relaxados, eles acertaram 94,44% das vezes. Individualmente, o desempenho variou de 90% a 96,88%.
Os autores concluem que os cães podem detectar um odor associado à mudança nos compostos orgânicos voláteis produzidos por humanos em resposta ao estresse, uma descoberta que diz mais sobre a relação humano-cão e pode ter aplicações no treinamento de ansiedade e TEPT. "Esse estudo demonstra que os cães podem discriminar entre a respiração e o suor dos humanos antes e depois de uma tarefa indutora de estresse. Essa descoberta nos diz que uma resposta aguda e negativa ao estresse psicológico altera o perfil de odor de nossa respiração/suor, e que os cães são capazes de detectá-las", escreveram no artigo.
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