Quadro Tático: Saiba como pode jogar o Remo de Marcelo Cabo em 2023
Reportagem avaliou os últimos trabalhos do treinador e descobriu que equipes comandadas por ele têm linhas compactadas, marcação forte e uso constante dos pontas.

Equilíbrio. A palavra parece nortear o trabalho de Marcelo Cabo, novo treinador do Remo. Apresentado na última quarta-feira (28), no Baenão, o comandante terá como principal missão na temporada devolver o Leão à Série B do Brasileiro. Questionado sobre como fará isso, o técnico, que terá na Terceirona um desafio inédito na carreira, disse que já tem o "caminho das pedras".
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"A gente vai buscar um equilíbrio na equipe. Tem algumas nuances do futebol, como o 'atacar marcando' e o 'perde-pressiona' que precisam ser treinados. Mas a teoria e a prática são diferentes, porque existe uma equipe adversária que também nos estuda. Acima de tudo, precisamos de equilíbrio e variar nossa maneira de jogar, para surpreender o adversário. Apesar disso, prometo ter uma equipe muito forte na marcação e com boas tomadas de decisão no último terço", disse em coletiva de imprensa no Baenão.
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A fala de Cabo, apesar de breve, é muito rica no ponto de vista tático. É possível, em uma pequena declaração, perceber que o treinador possui um estilo de jogo próprio, desconectado com aquilo que o Leão vinha apresentando na última temporada.
Mas afinal, como jogam as equipes treinadas por Marcelo Cabo? Para responder a pergunta, o Quadro Tático analisou os últimos trabalhos do treinador e fez um diagnóstico do que esperar do Leão em 2023.
Linhas compactadas
Esse talvez seja o principal conceito para definir o "equilíbrio" proposto por Marcelo Cabo. Seja em marcação alta ou baixa, as equipes do treinador costumam ter linhas muito próximas, impedindo com que adversários criem jogadas no corredor central de campo. Exemplo disso ocorreu em 2021, quando o técnico esteve à frente do Atlético-GO. Veja:
O 4-2-3-1 "camaleão"
Na apresentação no Remo, Marcelo Cabo disse que usaria a formação 4-2-3-1 como base para a temporada. Apesar disso, ele explicou que o esquema ajudaria a equipe a variar estilos de jogo durante a partida. Veja:
"O esquema que eu mais gosto de jogar é o 4-2-3-1, porque ele oferece mais opções de mudanças. Durante a partida posso variar para o 4-1-4-1 ou 4-3-3. Não propriamente vou jogar o ano inteiro no 4-2-3-1, mas esse sistema me oferece alternativas. Acima de tudo, temos que ocupar espaços no campo", disse Cabo.
De acordo com o blog Toró Tático, na passagem pela Chapecoense, último clube que treinou, Cabo usou pelo menos três sistemas diferentes em jogos. O 4-2-3-1 permaneceu "imutável" em seis partidas, mas as equipes comandadas por ele variaram quatro vezes para o 4-1-4-1 e uma vez para o 4-4-2 losango. Tudo isso de acordo com as características do adversário.
Marcação pesada e velocidade no ataque
No Atlético-GO em 2021, último grande trabalho da carreira, Marcelo Cabo colocava em campo uma equipe com muita força na marcação, aliando isso a saídas rápidas para o ataque. As formações utilizadas, citadas acima, contribuem muito para essa estratégia. O time usava e abusava dos pontas como "escape" de velocidade para o ataque. Veja esse lance da vitória do Atlético-GO sobre o Internacional por 2 a 1, no Brasileirão de 2021.
Assista entre 1:43 e 1:58
Pontas são fundamentais para o esquema
Os jogadores mais abertos são peças imprescindíveis para o sistema de jogo de Marcelo Cabo. Eles têm tarefas muito bem definidas no jogo com e sem bola. Além disso, ajudam nas escapadas pelas laterais e ajudam na compactação das linhas defensivas.
Sem a bola, os pontas do 4-2-3-1 (ou qualquer outro desenho tático) utilizado por Marcelo Cabo têm funções muito específicas. Sem a bola, eles alternam perseguições mais curtas com um posicionamento mais próximo dos laterais. Com a bola, muita movimentação para bagunçar as defesas adversárias. Veja esse gol na vitória de 2 a 0 do Atlético-GO sobre o Flamengo, pelo Brasileirão 2021.
Assista entre 3:11 e 3:19
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