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Sob o calor extremo: atletas paraenses driblam altas temperaturas para praticar esportes

Um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) revelou que o Pará foi o estado com o maior número de cidades castigadas pelo calor atípico em 2024. Esse cenário impõe desafios fisiológicos importantes para os atletas

O Liberal
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Belém, a capital do Pará, já está acostumada com o calor. Mas, nos últimos anos, até mesmo os paraenses têm sentido a diferença. A temperatura tem subido de forma constante e afeta diretamente a rotina de quem pratica esportes. É o caso de Kelly Gomes, de 29 anos, que trabalha durante o dia e joga vôlei com amigas duas vezes por semana em uma quadra de escola pública no bairro do Marco. Para fugir do calor intenso, elas optaram por treinar sempre à noite, mas até esse horário tem se tornado desafiador.

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"A gente sempre marcou os jogos para depois das sete da noite, justamente para escapar do calor do sol. Mas, de uns tempos pra cá, até nesse horário está difícil. O ar parece mais pesado, e a gente sua muito mais rápido. Eu levo uma garrafa de dois litros de água e bebo tudo durante a partida", conta Kelly.

O caso dela não é isolado. Um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) revelou que o Pará foi o estado com o maior número de cidades castigadas pelo calor atípico em 2024. Das 111 cidades brasileiras que tiveram mais de 150 dias de temperaturas máximas acima do registrado em anos recentes, 46 estão no Pará. Belém e Melgaço lideram a lista das cidades com maior período de estresse térmico no Brasil.

Esse cenário impõe desafios fisiológicos importantes para os atletas. De acordo com o fisiologista Eric Cavalcante, a alta temperatura e a umidade típicas da região Norte prejudicam a regulação térmica do corpo, comprometendo o desempenho esportivo. "No calor, o corpo precisa trabalhar mais para se resfriar, o que aumenta a frequência cardíaca e reduz a eficiência muscular. Além disso, a desidratação acontece de forma mais rápida com a umidade, impactando diretamente a resistência e a capacidade de recuperação", explica.

Para lidar com essas condições extremas, atletas amadores e profissionais precisam adotar estratégias de adaptação. Hidratação constante, intervalos mais frequentes entre os treinos e escolha de horários mais frescos para a prática esportiva são medidas essenciais. No caso de Kelly e suas amigas, o vôlei noturno foi a solução encontrada. "A gente tenta se cuidar. Sempre paramos o jogo para beber água e descansar um pouco. Não tem mais como forçar como antes, o calor não deixa", diz Kelly.

Com a proximidade da COP 30 em Belém, a cidade está sob os olhares do mundo, e a discussão sobre os impactos do aquecimento global na região se torna ainda mais urgente. Para os atletas, a adaptação é uma questão de sobrevivência esportiva, e a esperança é que soluções inovadoras possam mitigar os efeitos desse calor extremo. Até lá, Kelly e muitas outras pessoas seguem driblando o calor como podem — na quadra, com a garrafa de água sempre por perto.

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