Calor extremo: especialista alerta sobre risco de desidratação e como manter-se hidratado
Desafios térmicos exigem medidas preventivas: como o consumo adequado de água é elemento crucial contra o calor excessivo
Com a onda de calor que afeta tanto o Brasil quanto o mundo todo, beber água tornou-se ainda mais necessário. O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou no último sábado (18) que a Secretária do Consumidor do Ministério da Justiça determinou medidas emergências para o acesso à água em shows e outros espetáculos públicos, assim, será permitida a entrada de garrafas de água de uso pessoal, em material adequado. A ação passa a ocorrer após a morte de uma fã da cantora Taylor Swift, Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, que teve uma parada cardiorrespiratória em um dia no qual os termômetros bateram 39ºC e sensação térmica passou dos 58ºC, em show no Rio de Janeiro.
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Com o aumento das temperaturas, o calor torna-se um desafio incontornável para muitos. As ondas de calor intensas não apenas testam a resistência física, mas também ressaltam a importância crucial de manter-se hidratado. A água desempenha um papel fundamental na regulação da temperatura corporal e na prevenção de desidratação. Em tempos de calor extremo, a necessidade urgente de consumir água regularmente para evitar riscos à saúde, torna-se uma medida preventiva essencial.
De acordo com a nutricionista Amanda Feio, o corpo precisa de mais energia para realizar atividades ainda que comuns, como a respiração, além da absorção de nutrientes e a água é elemento principal para fortalecer as defesas naturais. “O nosso corpo não tem reserva hídrica, então se a gente não consome [água], nossas funções básicas ficam prejudicadas. É muito importante não esperar sentir sede para beber água. Uma boa dica é comprar uma garrafa grande com a capacidade conforme a necessidade individual da pessoa”, ressalta.
Durante períodos de temperatura elevada, o corpo humano perde fluidos através da transpiração acelerada, aumentando o risco de desidratação. Segundo Amanda, aproximadamente 60% da composição corporal é composta por água e ela se torna imprescindível para o funcionamento dos órgãos vitais básicos, como o cérebro e o coração. “A gente deve conseguir manter um equilíbrio entre a ingestão e o que a gente perde com suor, urina, lágrimas, etc”, continua.
A nutricionista explica que a desidratação não é um sinal ou sintoma, mas sim uma doença. “Em casos extremos, pode levar à parada cardiorrespiratória ou a um coma. Devemos ficar atentos aos sintomas como boca seca, dor de cabeça, olhos fundos, tontura, pele ressecada, entre outros. E não devem ser ignorados”, alerta.
A temperatura ambiente ou o clima influenciam na quantidade de água que deve ser consumida. Afinal,“temperaturas elevadas aumentam a produção de suor e com isso perdemos mais líquidos, que facilita a desidratação. Em dias mais quentes ou condições específicas de calor, devemos ficar atentos à quantidade que estamos ingerindo”.
Em casos como o que ocorreu no show da cantora Taylor Swift, a especialista recomenda, além da hidratação adequada, o uso de roupas leves, consumir alimentos in natura e se atentar aos sinais e sintomas de desidratação. “Se você está percebendo que está muito quente, que está começando a se sentir mal e com dor de cabeça, sua pele está ficando ressecada, o ideal é procurar ajuda e se manter segura. Precisamos respeitar os limites do nosso corpo conforme as circunstâncias”, aconselha.
Quantidade x peso
A nutricionista lembra que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existe um cálculo que pode mensurar, a partir do peso da pessoa, a quantidade de água necessária para ingerir por dia.
“A orientação é que a gente consuma 35 ml de água por kg de peso corporal, ou seja, só multiplicar nosso peso por 35. Se você pesa 80 kgs, você deve multiplicar 80 x 35, que dá 2.800 ml de água por dia. E essa conta é referente apenas a água. Outros líquidos como sucos e chás, devem ser contabilizados por fora”, frisa.
A especialista alerta, também, para o consumo de água dos idosos e crianças: “Para idosos saudáveis, até 30 ml por kg de peso. E, para crianças, de acordo com a sociedade brasileira de pediatria: 0-6 meses – 700 ml de água; 7-12 meses – 800 ml; 1-3 anos – 1,3 litros; 4-8 anos – 2,4 litros; 14-18 anos – 3,3 litros”, descreve.
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