Para promover a transformação social, projeto de jiu-jitsu e wrestling forma atletas na periferia de Belém
O projeto “Príncipes e Princesas do Tatame” ensina jovens jiu-jitsu, wrestling e até muay thai para mais de 100 jovens do bairro Parque Verde
Iniciativas sociais que tem na base o espírito esportivo sempre revela grandes atletas e contribuem para uma sociedade melhor. O esporte é uma ferramenta poderosa de educação e transformação social. Com isso, o enfermeiro e lutador de MMA João Lucas pensou no projeto “Príncipes e Princesas do Tatame”, onde ensina jiu-jitsu, wrestling e muaythai.
Funcionário público é amante das artes marciais, João Lucas Soares, de 34 anos, é atleta de MMA e começou no esporte em 2006 com o jiu-jitsu. Com o tempo, começou a treinar as modalidades e se apaixonou pelo wrestling e se tornou especialista na luta de chão.
O projeto de João iniciou despretensiosamente. Com o início da pandemia, segundo ele, os cinco sobrinhos dele ficaram sujeitos aos possíveis perigos da rua. Assim, ele decidiu começar a treiná-los, mas depois começou a expandir e abrir para outras crianças e adolescentes.
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“Com o desenvolvimento deles, eu tive que expandir, porque precisava de outras crianças para treinar junto com eles. Porque o projeto era voltado para a competição, competimos tanto regionalmente, quanto nacionalmente”, contou o enfermeiro.
O projeto é realizado na garagem da casa de João Lucas, que fica no bairro Parque Verde, Região Metropolitana de Belém. O espaço é pequeno, mas contempla 115 crianças e adolescentes, sendo 35 no jiu-jitsu, 65 no wrestling e 15 no muay thai, que treinam todos os dias
A iniciativa é totalmente gratuita. João Lucas explicou que mantém o projeto com recursos próprios, com ajuda das mães e de rifas, bingos e sorteios.
Por meio do esporte, João Lucas trabalha a educação das crianças e respeito, com o intuito de que além de atletas, eles possam se tornar boas pessoas no futuro.
“E o meu objetivo maior com esse projeto é fazer com que essas crianças possam ter uma perspectiva maior de vida, de mudança atrás vez do esporte. Porque eles moram em uma área periférica e eu quero que essas crianças possam ver um caminho correto do bem, quem sabe chegar até a Seleção Brasileira, a uma Olimpíada”, relatou João.
A iniciativa já tem dado resultados expressivos, além de conquistas em competições de jiu-jitsu e wrestling paraense, o jovem Jeferson Pinto, que está sendo formado no projeto, conquistou um feito inédito para o esporte no estado: uma vaga para disputar o Pan-Americano de Luta Olímpica, que ocorre em novembro, na Colômbia.
“A minha motivação [para manter o projeto], vem justamente dos resultados que as crianças apresentam. Nossos alunos são campeões regionais e nacionais. Nós temos a Jheniffer Caroline que é campeã Brasileira de Luta Olímpica 2021, o Jeferson Pinto vai disputar o Pan-Americano. A vontade de continuar [ com o projeto], vem de cada conquista, cada sorriso, dos alunos que eu percebo que evoluem, e porque eu sei que estão se tornando pessoas melhores”, declarou João Lucas.
A garagem de casa, que é pequena frente ao tamanho da grandeza do projeto “Príncipes e Princesas do Tatame”, não é apenas um espaço para a prática do esporte, mas também um lugar de inspiração e visualização de um futuro melhor.
(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)
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