Em Belém, fã de Ayrton Senna guarda relíquias, relembra histórias e diz: 'Os domingos são vazios'
Ayrton Senna faleceu no dia 1 de maio de 1994 e deixou saudades em milhões de brasileiros fãs de automobilismo
O dia 1 de maio de 1994 ficou marcado na memória do povo brasileiro. O dia em que o ídolo do automobilismo Ayrton Senna morreu, após acidente no Grande Prêmio de San Marino, no autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na Itália, pela Fórmula 1, quando pilotava uma Willams. Hoje, 28 anos depois do acidente, Ayrton Senna é reverenciado por fãs pelo mundo e em Belém, um deles, guarda com carinho histórias domingos felizes, festa, mas que deixaram um vazio e um sentimento de luto, mas ao mesmo tempo de alegria por ter visto o tricampeão mundial correr.
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Há exatos 28 anos, um gênio das pistas deixou o Brasil em prantos, em frente à TV. Senna bateu forte contra uma mureta de concreto e não resistiu, todos ali, tão distante, mas ao mesmo tempo tão próximo, na angústia por notícias, vendo o resgate e posteriormente a notícia que ninguém queria receber. O empresário e fã de Senna, Ovídio Gasparetto, de 64 anos, conversou com a equipe de O Liberal e falou dessa data marcante e como tem tentado repassar a importância de Senna para o esporte nacional.
“Eu não consigo esquecer esse dia, eu sei exatamente quais os móveis, como estavam, qual a televisão, ficou algo muito marcado. Eu estava assistindo sozinho, mas me recordo muito bem que logo após o acidente, um amigo de Curitiba (PR) me ligou e disse que infelizmente o Senna tinha falecido na pista e respondi que também achava, mas que eu iria rezar para que isso não ocorresse, mas infelizmente não temos como alterar as vontades divinas”, disse.
Difícil lembrança
A morte de Senna mexe com Seu Gasparetto até hoje e é fácil dele voltar no tempo em que o piloto brasileiro fazia das manhãs de domingo especiais. O fã de Senna relembra que algo marcante foi determinante para que ele pudesse seguir com o sentimento de Senna até hoje.
“Cada vez que tocava o tema da vitória e o hino nacional, arrepiavam todos os fios de cabelo. É algo que até hoje mexe comigo, se ouço o tema da vitória dá até lágrimas nos olhos. Nunca conheci alguém com tanta devoção ao que fazia, além de ser diferente do que fazia ele já tinha um lado social muito grande, que ninguém sabia, posteriormente a irmã de Ayrton, a Viviane, deu continuidade e que até hoje auxilia inúmeras ações por todo o país”, contou.
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Deixou saudade...
A saudade de Senna é eterna, em seu escritório, várias coisas lembram o piloto brasileiro, fotos, quadros, miniaturas, tudo remete ao tricampeão mundial. Em seu posto de gasolina, em Belém, uma placa de Senna chama atenção e Seu Gasparetto faz questão de explicar.
“O Senna deixou uma saudade muito grande, nossos domingos passaram a ser vazios. É assim até hoje, de 1994 até hoje, não existiu nada que chegasse perto de substituí-lo, mas continuamos torcendo. Tenho um empreendimento e há 20 anos homenageio o Senna com uma placa do lado de fora, que ela fica exposta 365 dias por ano, uma forma de tentar manter viva a história dele, de mostrar para as novas gerações quem era o Senna”, falou.
Relíquias
Seu Gasparetto possui um réplica do capacete de Senna, feito por Sid Mosca, artista que produziu vários capacetes para o piloto brasileiro. Em 1995, um ano após a morte de Senna, uma série de mil capacetes foram feitos e comercializados pelo Instituto Ayrton Senna e o número 99 da série está em Belém.
“Meu irmão comprou o capacete, essa relíquia que estamos ‘namorando’ neste momento. Ele presenteou o meu filho com essa réplica, um símbolo de uma era do automobilismo, marcado pela cor que chama atenção, mas principalmente pelo que ele fazia, o que ele representava ao povo. Todo brasileiro tinha uma relação de proximidade com o Senna, mesmo que pela televisão”, disse.
Ensinamentos para a vida
Seu Gasparetto leva o Senna no coração e busca nele, todos dos dias, uma fonte de inspiração para a profissão e também como melhorar como pessoa. Ele encara isso como um desafio na vida.
“O Senna tinha muita dedicação e disciplina. Ele se dedicava tanto, que as reações dele, faziam com que os mecânicos acertassem de uma forma praticamente precisa o motor de seu carro. Ele deixou um legado, que quem dera se eu conseguisse fazer da mesma forma. Tudo que ele fazia era com perfeccionismo. A forma como ele tocava seus negócios, pessoa de extremo caráter, era diferenciado entre os pilotos. Muito mexeram com ele e a resposta que Senna dava era nas pistas. Eu gostaria de poder ter a disciplina dele, determinação, organização, o conhecimento e algo inabalável que ele tinha, que era a fé em Deus”, finalizou.
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