Dia da mulher: Triatleta se divide entre competições e trabalho como fotógrafa de esportes radicais
‘Meu trabalho é símbolo de liberdade’, disse Natal Borges, que é atleta de Triathlon e fotógrafa de esportes radicais e falou sobre o machismo na área
Natação, ciclismo e corrida, esses são os esportes que o Triathlon, uma modalidade olímpica considerada radical, engloba. E foi interessada no radicalismo do esporte que a triatleta Natal Borges, ou Naty Borges, se tornou competidora na modalidade longa distância. Ela intercala as competições com a vida de fotógrafa de esportes radicais, mas enfrenta uma das barreiras mais difíceis para mulheres no esporte: o machismo.
“Infelizmente a mulher ainda tem que provar sua capacidade sempre, mas acredito que isso está mudando. Essa mudança é promovida pela nossa coragem de ir lá e fazer bem feito nas competições e no trabalho de fotografia, ou em outras áreas onde mulheres eram consideradas incapazes”, disse a triatleta.
Naty compete como triatleta há oito anos e se tornou fotógrafa com ajuda do marido após perder o emprego como administradora, um interesse que surgiu a partir da vontade de sempre ver as próprias fotos competindo.
“O Triathlon veio primeiro, mas sempre fui amante da fotografia. Nas competições, adorava ver minhas fotos, provavelmente aguardar por elas era uma das partes mais prazerosas. Antes conciliava o trabalho com a vida de atleta, até que um dia fiquei desempregada e meu marido, que também é fotógrafo, sugeriu comprar uma câmera e assim comecei”, contou Naty.
Com os preconceitos que já acompanham mulheres ao longo da vida, no esporte não é diferente, segundo Naty, para ela é desafiador e de vez em quando ela vê a importância de se impor como mulher e mostrar que sabe o que está fazendo.
“Ser mulher em um meio onde 99% dos profissionais são homens é outro desafio, mas também é uma escola. Trabalho com um grupo de cinco meninos, aprendo muito com eles e sou respeitada. Claro que muitas vezes nas competições ainda rola a ideia de 'ela é mulher, isso ou aquilo é perigoso para ela', mas sempre me imponho e mostro meu trabalho”, disse.
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Atualmente, Naty é uma das únicas mulheres atuantes na fotografia dentro do esporte radical e se divide entre a vida de atleta e a vida de fotógrafa. Ela compete pela modalidade longa distância e já participou de várias disputas.
“Já fiz o Ironman Full duas vezes, algumas provas de meia distância também, além da Maratona na Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina. E sempre que possível faço as provas locais. Tenho uma estante cheia de troféus que guardo com muito carinho pois através deles realizo meus sonhos e vou construindo minha história no esporte”, declarou.
Apesar de não ser perfeito, para Naty o trabalho como atleta e fotógrafa já está compensando e o reconhecimento é uma das partes gratificantes.
“Hoje meu trabalho é símbolo de liberdade, tornou-se algo leve. Quando tô fotografando meu lado atleta grita mais alto quando vejo meus amigos competindo, por alguns segundos eu passo a ser torcedora e incentivadora e adoro isso. O reconhecimento vem sempre através da dedicação, o início vai doer um pouco mas no fim tudo vale a pena”, finalizou.
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