Vendas de alimentos para o Natal devem crescer até 6% no Pará este ano
As carnes da ceia e bebidas para a festa estão entre os itens mais procurados nos supermercados
As vendas dos produtos que fazem parte da cesta de Natal devem ser de 5% a 6% maiores nos supermercados do Pará, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo estimativa da Associação Paraense de Supermercados (Aspas). O presidente da entidade que representa os comerciantes do setor, Jorge Portugal, afirma que o cenário econômico agora está melhor, o que influencia no comportamento de consumo do cidadão.
"Deve haver um volume de compras maior neste ano do que em 2021. Uma demonstração disso, que nos leva a acreditar neste comportamento, é a queda do desemprego. Isso, obviamente, aumenta o número de pessoas empregadas e gera mais renda e recursos, ou seja, mais gente comprando. Há uma melhoria da economia neste período", declara.
Nacionalmente, dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostram que 66% dos supermercadistas estimam um consumo superior em relação ao Natal de 2021. Segundo os números da entidade, o crescimento deve ser de 11,2% na compra de carnes, como aves natalinas, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, peixe, pernil, peru e tender, e de 12,5% no consumo de bebidas, a exemplo das cervejas, cervejas premium, destilados, espumantes, refrigerantes, sucos, vinhos importados e vinhos nacionais.
No Pará, Jorge Portugal destaca a venda de peru e chester entre as que mais devem crescer nas vésperas do Natal e diz que as bebidas mais emplacadas nos supermercados paraenses devem ser cervejas, vinhos e espumantes, principalmente. Quanto ao preço, o representante concorda com a projeção da Abras, que mostra que, no Norte, os produtos da ceia natalina, somando 10 itens, devem ficar 3,1% mais caros neste ano, passando de R$ 297,12 em 2021 para R$ 306,34 em 2022. A explicação de Portugal é que alguns produtos natalinos são importados e refletem o preço do dólar, como castanha portuguesa, nozes, bacalhau e vinhos, itens que, geralmente, ficam mais caros.
Belém
Gerente de um supermercado da capital paraense, Wanderley Cardoso concorda que deve haver um aumento nas vendas neste período de Natal. Segundo ele, na empresa onde trabalha, os alimentos mais procurados atualmente são as aves: peru, pernil, picanha suína, chester e carnes maturadas. Já as bebidas com maior procura são as cervejas duplo e puro malte e no formato long neck, além de refrigerantes, sidras, espumantes, vinhos tintos, gin e vários tipos de vodkas e outras bebidas destiladas.
"O aumento dos preços é devido a vários fatores, como a variação do dólar e os reajustes de fornecedores ao repassar as mercadorias. Fora isso, a produção teve impacto da variação do clima", diz. Mesmo assim, eles espera que o movimento de clientes seja alto no supermercado nas próximas semanas.
Preparação
A advogada Daniela Salviano, de 45 anos, já está se preparando para o dia de Natal. Ela e a família têm o costume de sempre fazer uma ceia para celebrar um importante momento da vida cristã: o nascimento de Jesus. Mas, para conseguir realizar a celebração, Daniela tem feito pesquisas de preços e deve priorizar alguns itens em detrimento de outros, reduzindo o número de pratos e servindo apenas uma carne e um marisco.
Ela estima que deve gastar um total de R$ 900 apenas com os alimentos da festa, que contará com várias pessoas. Já comprou, até agora, uma peça de filé por R$ 130 e um quilo de camarão rosa por R$ 75. Além disso, ainda deve gastar R$ 200 com o bolo para o Natal, R$ 80 com a sobremesa da festa e alguns valores com bebidas e frutas.
Se entrar o bacalhau na ceia, mais R$ 130 na conta. As frutas a advogada deixa para a véspera, pela qualidade, e compra no supermercado castanha portuguesa, cereja fresca, ameixa e damasco. Daniela conta que os alimentos já comprados foram encontrados com melhores preços na feira do Telégrafo.
"Sempre faço uma caixinha para o Natal, isso proporciona fazer a ceia. Eu guardei R$ 150 por mês de julho a dezembro. Esse valor inclui a ceia, o bolo de Natal, sucos e alguns mimos natalinos para alguns familiares. Como sou profissional liberal, advogada, economizo da minha poupança pessoal", conta.
Ela também gastou R$ 1.600 para organizar a festa, sendo R$ 500 para a decoradora, além de ornamentos como almofadas e itens de decoração: festão, fitas, folhagens e outros produtos. Esse valor foi pago no cartão de crédito, de três vezes.
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