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Venda de cerveja durante a Copa do Mundo está abaixo do esperado

Competição aquece venda de bebidas, mas faturamento é inferior ao de quatro anos, afirmam comerciantes

Fabrício Queiroz
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As reuniões de familiares e amigos para torcer pela seleção brasileira tradicionalmente são momentos de confraternização com muito consumo de cerveja. A realização do evento esportivo animou o setor, que projeta um crescimento de 8% no volume de vendas neste ano no comparativo com o ano passado, segundo pesquisa da Euromonitor Internacional para o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). Em Belém, no entanto, empresários do ramo afirmam que os jogos do Brasil na Copa do Catar 2022 ainda não tiveram grande efeito sobre o comércio de bebidas.

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Na manhã desta segunda-feira, 5, a poucas horas da partida do Brasil contra a Coreia do Sul válida pelas oitavas de final do mundial, o movimento era fraco em depósitos e distribuidoras no bairro da Pedreira. O empresário Ricardo Ventura, que há dez anos possui uma cervejaria na região, diz que o fluxo de clientes está bem inferior em relação à Copa de 2018. “Hoje estou vendendo apenas 20% do que eu vendia há quatro anos. Antes eu tinha fila de clientes aqui em dia de jogo. Dá pra perceber que não aqueceu as vendas. Nem as ruas ainda estão todas enfeitadas”, observa.

Na avaliação de Ventura, o aumento dos preços e da concorrência no ramo, bem como os efeitos da pandemia, que elevou os índices de desemprego afetaram o segmento. Apesar disso, ele acredita que pode haver um incremento caso a seleção avance nas fases de mata-mata. “A nossa expectativa é que o Brasil passe dessa fase e isso vai ajudar a melhorar o movimento”, destacou Ricardo.

Ainda no bairro da Pedreira, a empreendedora Samara Barroso abastecia os freezers do seu depósito com tranquilidade, na esperança de fazer boas vendas, mas também ciente de que o faturamento poderia ser menos pelo fato da partida ocorrer no início da semana. “Geralmente, o nosso fluxo começa a aumentar no início e no final do jogo porque as pessoas começam a se aquecer e ai depois vão para os bares, mas confesso que a gente esperava um pouco mais de movimento. Aumentaram as vendas em relação ao resto do ano, mas não tem comparação com a última Copa”, acrescenta Samara, que trabalha no ramo há seis anos.

image A empresária Samara Barroso diz que esperava volume de vendas maior com mundial de futebol (Thiago Gomes / O Liberal)

Da mesma forma, o empresário Albino Vieira, que é sócio de um estabelecimento de venda de bebidas no bairro de Nazaré, conta que o faturamento atual não é comparável à última Copa. Na avaliação dele, o cenário de instabilidade econômica e política tem prejudicado o comércio, em que as vendas se aquecem somente nos dias de jogos. “Sempre no dia de jogo aumenta o fluxo de clientes tanto na porta quanto para entrega, principalmente pela maior procura por cerveja e refrigerante. Como as fases decisivas começam hoje, a gente espera que possa ter uma melhora. Se o Brasil chegar na final, vai ser melhor pra todo mundo”, afirmou.

De acordo com a pesquisa do Sindicerv, foram vendidos 14,3 bilhões de litros de cerveja no país em 2021, o que representa um aumento de 7,7% em relação a 2020. Para este ano, a estimativa é que sejam comercializados 15,4 bilhões de litros da bebida, ou seja, cerca de 8%. Com isso, o Brasil deve se consolidar como o terceiro maior fabricante do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

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