Turismo regional incentiva demanda nos hotéis

Empresário destaca importância de investimentos para que o setor se reaqueça

Fabrício Queiroz
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Os efeitos da pandemia foram marcantes para a economia ligada ao turismo. Nos últimos dois anos, por exemplo, o volume de viagens realizadas pelos brasileiros caiu 41% entre 2019 e 2021 e mais de 50% entre os paraenses, segundo revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Turismo 2020-2021, divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Diante da queda do fluxo de turistas, os hotéis experimentaram uma grande retração. Neste ano, no entanto, os empreendimentos esperam pelo início de um processo de retomada, como avalia Tony Santiago, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no Pará. Nesta entrevista, o empresário fala das expectativas do setor hoteleiro para este verão, como está a demanda pelos principais polos turísticos paraenses, além de abordar a necessidade das ações para fomentar o turismo no estado. Confira:

Após dois anos, esse é o primeiro período das férias escolares sem as restrições sanitárias da pandemia. Quais as expectativas da indústria de hotéis no Pará para esse momento?

Estamos num período de restruturação. Todos temos boas perspectivas de crescimento, porém isso só deve se concretizar a partir de 2023.

Como está o nível de reservas e ocupação dos hotéis neste mês? Em quais regiões do estado do Pará o segmento tem tido os melhores resultados?

Como todo mês de férias, julho é um ótimo mês para os empreendimentos hoteleiros localizados em praias. Hoje temos enorme procura para as regiões do Marajó, zona do salgado, Santarém e entorno de Belém. É sem dúvida o melhor mês para essas regiões.

E os empreendimentos estão preparados para essa retomada? Que novidades os consumidores podem esperar?

A hotelaria está se preparando e se reestruturando ao longo dessa pandemia para dias melhores. Hoje os empreendimentos estão prontos para uma nova demanda. Novos equipamentos estarão esperando consumidores mais conscientes.

Há expectativa para o surgimento de novos empreendimentos hoteleiros no estado? Quais polos turísticos devem receber esses investimentos?

Hoje, a retomada para novos empreendimentos na nossa região deve ser lenta. Os polos turísticos que devem receber grandes investimentos serão a zona Atlântica com Salinas e a Ilha de Marajó com o programa federal “Abrace o Marajó”. Alter do Chão, em Santarém, também tem grandes perspectivas de novos empreendimentos.

Na sua avaliação, que medidas podem contribuir para acelerar o processo de recuperação da indústria de hotéis e do turismo no Pará?

Hoje nosso maior obstáculo de crescimento está no preço das passagens aéreas porque tornam muitas vezes nosso produto inviável. Isso ainda deve demorar um tempo para se estabilizar. Nesse recomeço temos que alavancar o turismo regional e isso já acontece. Hoje, o próprio Estado do Pará é responsável por mais de 50% da demanda do turismo nas diversas regiões do Estado.

Que ações podem ser realizadas para incentivar mais esse turismo regional? E como atrair esse visitante de outro estado ou estrangeiros?

O turismo regional pode ser incentivado sempre através de produtos acessíveis ao turismo rodoviário. Hoje de fato é o turismo rodoviário que tem bons resultados na ocupação hoteleira no interior do Estado. Com relação a atração de turistas de fora do Estado, dois fatores são importantes: um tem relação direta com os preços das passagens aéreas. Negociações frequentes devem ser estimuladas para que nossos produtos sejam acessíveis. O outro são campanhas publicitárias realizadas em conjunto entre a iniciativa privada e órgãos públicos que promovem o turismo no Estado. Vale destacar também a nossa maior vocação para o turismo de negócios. Precisamos remodelar nosso centro de convenções para que os eventos retornem o mais rápido possível.

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