Temporários conquistam efetivação no comércio de Belém

Bom desempenho e dedicação foram diferenciais para contratação de trabalhadores

Fabrício Queiroz
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Estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam que 98,8 mil postos de trabalho temporário foram criados no Brasil no final do ano passado, o que representa 1,8% a mais do que em 2021. Ainda segundo a pesquisa, 9,1% desses trabalhadores devem ser efetivados. No comércio de Belém, o cenário também é positivo e 2023 começou com novas contratações.

Em uma rede de lojas de utilidades domésticas, eletrodomésticos e brinquedos, cerca de 16 funcionários foram chamados para compor a equipe de mais de 60 pessoas das duas unidades localizadas em Belém e Ananindeua. Desse total, pelo menos 30% deve ser absorvido ainda em janeiro após o término do período de três meses do contrato temporário.

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“Quando chega no segundo semestre do ano, comércio do varejo tem um movimento maior, então a gente tem que se preparar no decorrer do ano para essa demanda. A gente contratou os temporários ainda no período do Dia das Crianças e desde então a gente vem treinando eles, sendo que alguns temporários vão continuar porque se destacaram. Tivemos em média oito temporários em cada loja e cerca de 30% a 40% será efetivado”, comenta Laila Elian, assistente de projetos da empresa.

Uma das novas contratadas é a promotora de vendas Maria Teixeira, 32, que até então prestava serviços apenas de maneira informal. “Eu já trabalhei na área comercial outras vezes e essa foi a quarta vez que entrei como temporária. Busquei usar minha experiência como um diferencial. Pelo fato de já ter trabalhado com o público, eu já me desenvolvi nessa área, tenho maior facilidade na rotina de organização e de classificação e também essa vivência de loja”, diz ela que considera importante a busca de formação continua em cursos na área.

De acordo com Laila, a análise dessas e outras características comportamentais foi determinante para contratar Maria e os demais trabalhadores. “Geralmente se destacam as pessoas mais proativas, aquelas que atendem bem o cliente, que tem carisma, que saibam se comunicar bem, além de serem pessoas responsáveis, pontuais e polivalentes”, enumera a gestora.

Ainda no centro comercial, em uma loja especializada na venda de calçados, outras pessoas começaram 2023 com carteira assinada, sendo que todas elas vieram de contratos temporários. Uma das selecionadas foi Tamires Brito, 25 anos, que fala da satisfação de ter garantido o emprego após um período de um mês. “Foi a minha primeira oportunidade nessa área e eu logo abracei. Logo no começo parecia muito difícil e eu pensei que não ia conseguir alcançar minha meta de vendas. Acredito que o meu esforço foi o diferencial”, conta a vendedora, que apesar de estar feliz com a conquista afirma que não vai se acomodar. “Meu plano é crescer na empresa, quero me aperfeiçoar mais e me tornar uma boa vendedora”, acrescenta.

image Tamires Brito conquistou o primeiro emprego no comércio e pretende crescer na carreira de vendedora (Fabrício Queiroz / O Liberal)

Para o gerente do estabelecimento, Isaias Bandeira, a dedicação é um dos aspectos que chama a atenção na avaliação dos funcionários. “Nós buscamos um padrão que seja um vendedor que se dedique, que seja empenhado, que esteja aqui para trabalhar, que ofereça um ótimo atendimento e que saiba vender. A gente oferece também algumas oportunidades para que eles possam se destacar, como cursos e comissões, além de que temos sempre o nosso destaque do mês. Isso dá um estimulo para o vendedor ficar mais focado e seguir em diante na empresa”, afirma.

Segundo a vice-presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Iza Reis, algumas estratégias ajudam a diferenciar um funcionário temporário que busca um contrato efetivo. “Espera-se que o profissional esteja mostrando interesse em ser efetivado, que esteja alinhado à cultura da empresa, que seja protagonista, se antecipe às situações, tenha iniciativa e que se relacione bem com seus pares e superiores. Hard e Soft skills serão determinantes e assim certamente se houver a possibilidade de efetivação, este talento poderá ser considerado”, explica.

Iza Reis acrescenta ainda que mesmo aqueles que não foram absorvidos podem aproveitar a experiência como temporário tanto para enriquecer seu currículo quanto para galgar novas vagas. “O trabalhador deve olhar para as possibilidades internas, mas também para o mercado. Manter seu perfil e currículo atualizados, bem como utilizar sua rede de contatos para vislumbrar uma outra oportunidade”, orienta.

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