Com previsão de faturamento recorde, shoppings devem contratar 112 mil temporários no final do ano
Em entrevista ao Grupo Liberal, o presidente da Abrasce, Glauco Humai, informou que a expectativa do setor é espera superar o faturamento de R$ 192,8 bilhões registrado em 2019
Após enfrentar a pior fase da pandemia da Covid-19, o setor de shopping centers vive um cenário de crescimento contínuo neste ano de 2022, e tem grandes expectativas para o quatro trimestre, período de melhor época para o comércio, por causa das vendas de final de ano. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) prevê um faturamento superior ao ano de 2019, cujo montante foi R$ 192,8 bilhões - o maior volume registrado pelo setor no Brasil até então, de acordo com o presidente da entidade, Glauco Humai. Os números também apontam para o aumento na oportunidade de vagas de trabalho temporário nesse período.
"Diante desse aumento contínuo na frequência de visitantes, a Abrasce estima um aumento de 11% no quadro de funcionários dos shoppings com a contratação de 112 mil trabalhadores temporários para o quarto trimestre de 2022, um incremento de 14% sobre igual intervalo do ano passado", declarou Humai, em entrevista ao Grupo Liberal. Veja:
Qual o cenário do setor, atualmente, em comparação ao período pré-pandemia? Conseguiu recuperar os números? Como tem sido essa recuperação?
No início de 2022, a estimativa de crescimento anual foi de 13,8% para o ano e já no 1° trimestre foi elevada a 17,3%. Diante de um cenário de aceleração mais contínua no setor ao longo deste ano, a expectativa agora é que o crescimento anual seja acima de 20%. Se confirmada a previsão, o faturamento previsto deve superar a marca de 2019, cujo montante foi R$ 192,8 bilhões (o maior ápice do faturamento do setor no Brasil até então).
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Um dos motivos que alicerça essa recuperação é a volta do público aos corredores dos shoppings, cuja retomada está sendo contínua, mês a mês, sobre os respectivos resultados de 2021. Para se ter uma ideia, dados do Índice de Fluxo de Pessoas (Iflux), indicador que mede o movimento de clientes em shopping centers desenvolvido pela IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) da Tendências Consultoria, revelam que, somente em setembro, tivemos um aumento de 17,4% no fluxo de visitantes sobre igual período do ano passado.
Além do fluxo em recuperação contínua, temos um consumidor mais assertivo em suas compras e que, com isso, tem elevado o ticket médio das compras. Dados da Abrasce indicam que esse valor médio foi de R$ 126,18 nos seis primeiros meses de 2022, patamar 34,6% superior ao do período pré-pandemia, em 2019.
Qual a avaliação que vocês fazem em relação à recuperação dos shoppings do Norte, especial do Pará?
Dados do Monitoramento de Mercado Abrasce - Índice Cielo de Varejo em Shopping Centers (ICVS-Abrasce) – apontam que as vendas nos shoppings da região Norte do país tiveram uma alta de 7,7% em setembro, quando comparadas com o mesmo mês do ano passado. No ano, o setor acumula uma recuperação de 19,3% na região sobre igual intervalo de 2021.
Dados da Abrasce mostram que 1.193 marcas inauguraram novas lojas em shoppings no segundo trimestre de 2022 - crescimento de 23% em comparação ao mesmo período do ano passado. O que pode ter gerado esse aumento? Ainda é um efeito da pandemia? Quais as estimativas para os próximos meses?
O setor de shopping centers entende como com um movimento muito positivo esse crescimento das marcas expandindo suas lojas no Brasil, atraídas por um ambiente em constante evolução. Somos reconhecidos como centros de conveniência e convivência, muito mais que um espaço de compras, e os players enxergam o setor cada vez mais atrelado ao entretenimento e a experiência com seus produtos. Além disso, as marcas sentem-se influenciadas pela evolução no modelo de negócios dos shoppings, que incrementaram novas opções de lazer, entretenimento e serviços para atrair mais visitantes e, deste modo, as marcas sentem-se cada vez mais motivadas a expandirem seus negócios nos empreendimentos. Temos perspectivas positivas para os próximos meses que, pelo histórico do segmento, costumam receber mais lojas neste período caracterizado pela maior movimentação de público em seus corredores.
Quais as expectativas do setor em relação às vendas de final de ano de 2022?
As perspectivas para o final de 2022 ainda não foram divulgadas, mas o crescimento mensal contínuo das vendas ao longo do ano nos leva a estimativas otimistas para o quarto trimestre. Lembrando que trabalhamos com uma perspectiva de faturamento acima do resultado de 2019, o maior registrado até então, que movimentou à época R$ 192,8 bilhões.
Há uma estimativa de contratação de temporários pelos shoppings neste final de ano?
Diante desse aumento contínuo na frequência de visitantes, a Abrasce estima um aumento de 11% no quadro de funcionários dos shoppings com a contratação de 112 mil trabalhadores temporários para o quarto trimestre de 2022, um incremento de 14% sobre igual intervalo do ano passado.
Quais são os investimentos previstos no setor para os próximos 12 meses? Há previsão de abertura de novos shoppings? Algum no Norte ou no Pará?
Em 2021, foram inaugurados cinco shoppings e, neste ano, são esperadas 9 inaugurações em todo o país. As inaugurações previstas para 2023 serão conhecidas na divulgação do Censo Abrasce, a ser realizada em fevereiro.
Muitos desses investimentos futuros estão contemplados no novo Plano de Mix 2022/2023 dos shopping centers. A Abrasce tem acompanhado estas mudanças e orientado seus associados sobre novos modelos de negócios que tem sido cada vez mais frequentes nos empreendimentos. Entre as novidades, está a inclusão de quiosques, que têm tido cada vez mais importância, assim como vending machines e eventos. Destaque também para categorias que até então eram vistas mais em lojas satélites e que vem ganhando um espaço maior nos shoppings, como academias, centros médicos e educacionais e etc. Todas essas novidades vão de encontro a novo perfil dos shoppings, que não são apenas um centro de compras, mas locais de convivência e conveniência, onde segurança e praticidade também são pontos fortes.
Em relação aos empregos gerados pelo setor quantos são atualmente? Há previsão de aumento nesse número?
Segundo o Censo Brasileiro de Shopping Centers de 2021, divulgado no início deste ano, o setor gerou 1,02 milhão de empregos no ano passado, totalizando cerca de 3 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos no segmento. Somente para o quatro trimestre de 2022, a entidade estima a contratação de 112 mil trabalhadores temporários, um incremento de 14% sobre igual intervalo do ano passado. Os números consolidados de vagas geradas neste ano serão conhecidos durante a divulgação do próximo Censo Brasileiro de Shopping Centers, em fevereiro.
Quais são as principais demandas do setor junto ao Executivo e Legislativo?
Cada região tem as suas particulares e necessidades, mas, de modo geral, a entidade trabalha diariamente para o crescimento do setor e fomento de novas oportunidades, que visem o desenvolvimento sustentável da atividade e a geração de mais empregos e renda para a população. Por esse motivo, o contato com o Executivo e o Legislativo em todas as praças onde atuamos é de extrema importância para todos.
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