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Setor produtivo do Pará comenta cenário de exportações e novas taxas dos EUA

Segmento avalia a possibilidade de acordos para driblar tarifas sobre aço e alumínio

Maycon Marte
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O Pará registrou um salto de 107% nas exportações para os Estados Unidos nos dois primeiros meses de 2025, apesar das recentes taxações aplicadas pelo presidente americano, Donald Trump. São tarifas de 25% sobre aço e alumínio, que passam a valer a partir desta quarta-feira (12), aplicadas pelo líder americano como forma de pressionar outros países. Segundo o vice-presidente executivo da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Clóvis Carneiro, essa deve ter sido também a principal razão do último aumento, já que estimula o setor produtivo dos EUA a se preparar para futuras baixas.

“A questão do aumento de 25% nas tarifas de importação pelos Estados Unidos deve ter tido certa influência na decisão de acelerar as compras americanas, especialmente com relação ao alumínio”, afirma.

Sobre a tensão gerada entre os países a partir dessas sanções, o setor produtivo lembra que, embora significativos, os resultados da venda aos EUA “não têm tanta relevância diante das vendas externas paraenses, próximas aos US$ R$ 11 bilhões”. No entanto, mesmo não sendo parte expressiva da balança comercial do estado, a Fiepa reitera que “os Estados Unidos são tradicionais compradores de produtos manufaturados e o Pará é um grande exportador de commodities minerais”.

Esse vínculo poderia ser afetado pelas novas tarifas, entretanto, a Federação vislumbra a possibilidade de um acordo comercial. Isso se daria, segundo eles, principalmente pela necessidade do alumínio, um dos principais produtos importados pelo país americano. O minério é essencial em diferentes processos de boa parte da indústria americana.

“Há a possibilidade de um acordo, seja por meio do estabelecimento de cotas para aço e alumínio ou pela negociação de produtos americanos a serem importados pelo Brasil. Isso se deve pela natureza da utilização do aço e do alumínio como bens industriais intermediários. Ou seja, são insumos para outras indústrias”, observa o porta-voz da Federação.

Ele explica que “o aço ocupa um espectro desde a construção civil até as indústrias automobilística e naval, assim como o alumínio é usado da latinha de cerveja até nas geradoras de energia elétrica e equipamentos aeroespaciais”. Mas, apesar disso, essas seriam movimentações de mão dupla, ou seja, também precisam de ações brasileiras para funcionarem efetivamente. “O governo brasileiro terá que fazer concessões a alguns produtos americanos. O cenário ainda é incerto e deve ser acompanhado conforme as negociações avançam”, avalia.

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Balanço

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) indicam que, em fevereiro deste ano, a exportação de minérios de alumínio alcançou US$ 741.508, o equivalente a R$ 4.320.173,90. Em linhas gerais, o Pará fechou os dois primeiros meses do ano com US$ 3.304 milhões apenas com exportações. Mas o estado também importa recursos dos EUA.

“Em 2024, os principais produtos exportados pelo Pará foram alumina calcinada, ferro fundido bruto não ligado, hidróxido de alumínio, perfis de madeira e silício metálico. Dos Estados Unidos para cá, tivemos: soda cáustica, gás natural, diesel, coque e pneus”, destaca a Fiepa.

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