Score de crédito: métrica pode garantir juros baixos e acesso a empréstimos e financiamentos; veja
Uma pontuação baixa, por exemplo, pode prejudicar as perspectivas financeiras, acarretando custos adicionais, dizem especialistas
Uma medida que pode ser a chave para trancar ou abrir portas quando se trata de oportunidades financeiras, o score de crédito é uma constante no mercado. Diversas instituições e credores usam essa avaliação para determinar o quão arriscado um cliente pode ser - ter um score de crédito mais elevado não apenas simplifica a aprovação de empréstimos e financiamentos, mas também resulta em benefícios como melhores taxas de juros e acesso a uma variedade de produtos financeiros. Já uma pontuação baixa pode prejudicar as perspectivas financeiras, dificultando o acesso ao crédito e acarretando custos adicionais.
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Presidente do Conselho Regional de Economia do Estado do Pará (Corecon-PA), o economista Pablo Reis Damasceno explica que a pontuação de crédito, ou score, dos consumidores é calculada via instituições especializadas de crédito, a exemplo da Serasa. Atualmente, segundo ele, a Serasa Score é a ferramenta mais conhecida, sendo que as faixas de classificação são: de 0 a 300 pontos, o score é ruim; 301 a 500 pontos, regular; de 501 a 700 pontos, a pontuação é boa; e de 701 a 1.000 pontos, o consumidor tem um score muito bom. O economista afirma que o ideal, portanto, é ter uma pontuação acima de 700.
O método de cálculo é mensurado por diferentes dados, que são tratados, de acordo com Damasceno. “O cálculo do score tem diferentes fatores, são elencados os seguintes pontos: contas pagas em dia ou não; dívidas ativas em CPF; frequência em obtenção do crédito; e relacionamento com instituições financeiras, como por meio de cartão de crédito. Embasado nessas e outras informações, são inseridos modelos matemáticos que medem tal pontuação, refletindo hábitos financeiros do consumidor”, explica.
Entre os benefícios de ter um score de crédito mais alto estão linhas de crédito diferenciadas, taxa de juros menores e melhores possibilidades de negociação de dívidas, além de menos burocracia na captação de crédito pessoal. E, no caso das pessoas físicas que querem aumentar essa pontuação, algumas dicas do economista são manter sempre as contas em dia, ter boas relações com instituições financeiras, ter uma vida financeira saudável, ter uma renda fixa e estável e evitar atrasos no pagamento de cartões de crédito e boletos em geral.
Empresariado
No caso de pessoas jurídicas, o score também é levado em consideração pelas instituições financeiras. O gerente executivo de políticas e planejamento de crédito e cadastro do Banco da Amazônia, Nélio Gusmão, afirma que a pontuação é uma importante aliada para a seleção e definição dos volumes máximos de crédito a serem tomados pelos clientes.
“O score alto permite que o cliente possa acessar condições de empréstimo mais vantajosas, quer seja pelo volume de recursos quer seja por descontos de juros ou prazos diferenciados. Um score alto representa uma baixa probabilidade de inadimplência daquele cliente perante o banco, o que gera mais confiança da instituição em ampliar a exposição com o cliente”, detalha.
O gerente ainda especifica que o score de crédito pode ser utilizado como um acesso diferenciado do cliente a vários tipos de produtos de crédito, a exemplo de cartões de crédito, financiamento de veículos, capital de giro e outros. Ou seja, uma empresa que tem uma boa pontuação de crédito no mercado garante para si as melhores vantagens.
A melhora no score de crédito, segundo Nélio, está associada diretamente a uma maior consciência financeira do cliente quanto às obrigações assumidas: o pagamento em dia dos compromissos financeiros, o nível de endividamento em relação à sua renda, cadastro atualizado no banco, estar com registro ativo em órgãos de proteção de crédito, entre outros.
Métricas
Consultor financeiro, Rafael Carvalho já teve experiência na administração de algumas empresas que precisaram negociar empréstimos. De acordo com ele, em todas as situações, os resultados só foram positivos porque as empresas tinham bons scores, sem protestos em seus nomes e um bom e duradouro relacionamento com os bancos.
“Em um caso, foi fundamental o tempo de relacionamento e o fato de a empresa emitir uma boa quantidade de boletos para o banco. Em outra situação, não havia um relacionamento longo com o banco, então usamos um contrato da empresa com um grande cliente para provar para o banco que a empresa tinha uma renda recorrente”, lembra.
O consultor afirma que, no caso de empresas, existem outros fatores considerados na “fórmula” que calcula o score: há quanto tempo a pessoa jurídica é cliente do banco; o histórico de transações; se a empresa usa serviços do banco (como pagamento de folha, VT e VR, emissão de boletos); se existe uma comprovação de renda recorrente da empresa (exemplo, um contrato fechado com um grande cliente); e não constar protestos no nome da empresa e nem de seus sócios.
Ter um histórico de “bom pagador” é também um critério fundamental para se conseguir as melhores taxas, de acordo com Rafael, e contribui bastante para o score de uma empresa. “É o que o banco mais quer: um bom cliente para emprestar”, enfatiza. O primeiro passo para se chegar neste cenário, diz o consultor financeiro, é manter as finanças da empresa em uma condição saudável e não ter nenhuma restrição no nome da empresa e nem de seus sócios.
“‘Bancarizar’ a sua empresa é uma boa prática, isto quer dizer formalizar ao máximo os pagamentos e recebimentos, usar menos dinheiro vivo e mais o sistema do banco. Buscar serviços que possam aumentar o seu relacionamento com o banco também é uma dica. Muitas instituições oferecem sistema gratuito de pagamento de folha e emissão de boletos com preços competitivos, e esses produtos aumentam bastante o relacionamento. E, em caso de necessidade emergencial de empréstimo, existe a possibilidade de usar um imóvel ou bem como garantia, o que facilita a liberação do crédito e melhora a taxa, porém, é importante avaliar com cuidado a capacidade de pagamento para não colocar em risco esse bem”, ressalta.
Embora essas sejam algumas das boas práticas que ajudam empresas a terem mais chances de aprovação de crédito e melhores taxas, Rafael lembra que a avaliação por parte das instituições financeiras não é uma fórmula transparente, ou seja, cada instituição tem o seu jeito de fazer a análise e não é possível garantir que, cumprindo uma lista de ações, automaticamente, uma empresa conseguirá maior acesso a crédito e a condições mais baratas.
Confira dicas para ter um score alto:
- Manter sempre as contas em dia
- Ter boas relações com instituições financeiras
- Ter uma vida financeira saudável
- Ter uma renda fixa e estável
- Evitar atrasos no pagamento de cartões de crédito e boletos em geral
- Evitar o alto nível de endividamento
- Manter o cadastro atualizado no banco
- Não ter nenhuma restrição no nome
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