Região Norte encerra 2018 com 5,64 milhões de consumidores negativados
Número corresponde a 46,5% da população, maior proporção do País
O fim da recessão ainda não foi o suficiente para melhorar as finanças da população nortista. A região fechou o último ano de 2018 com 5,64 milhões de consumidores com contas em atraso e registrados em lista de devedores, o que representa 46,5% da população com 18 anos ou mais. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O número reflete o quadro de dificuldade que ainda pesa sobre as famílias da região.
Mesmo com a lenta recuperação econômica em curso, as famílias nortistas são as que mais enfrentam dificuldades que impactam diretamente sua capacidade de pagamento. O desemprego caiu na região, mas ainda atinge um contingente de 949 mil pessoas; a renda começou a recuperar-se, mas ainda permanece em níveis próximos daqueles de antes da crise. Proporcionalmente, os estados nortistas concentram a população mais negativada.
Na sequência surge o Nordeste, com 41,8% dos habitantes (17,01 milhões) nesta situação; o Centro-Oeste, com 42,3% da população (5,01 milhões); o Sudeste, com 40,0% (26,65 milhões); e o Sul, com 36,4% (8,29 milhões). Em todo o País, o número de consumidores registrados nos cadastros de proteção ao crédito alcançou a marca dos 62,6 milhões em dezembro, o que corresponde a 40,61% da população brasileira adulta.
"A reversão desse quadro passa pela continuidade da melhora econômica em curso e, em especial, daquilo que toca diretamente o consumidor, que é emprego e renda. Além disso, exige um esforço contínuo de educação sobre o consumo, pois o brasileiro, mesmo diante da crise recente, ainda não aprendeu a gerenciar melhor as finanças", analisa o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
Em 2018, o número de devedores da região Norte avançou 0,85%, em relação ao ano anterior. Na comparação mensal, isto é, novembro e dezembro, houve queda de 0,21%. Em todo o País, o volume de consumidores com contas em atraso e registrados em listas de inadimplentes cresceu 4,41% entre 2017 e 2018. Trata-se do ano em que a inadimplência apresentou o crescimento mais elevado desde 2012, quando o crescimento observado fora de 6,8%. Nos demais anos, a inadimplência do consumidor encerrou com altas de +1,3% em 2017; +1,4% em 2016; +4,2% em 2015; +3,4% em 2014 e +3,7% em 2013.
Embora o ano de 2018 tenha sido um ano complicado do ponto de vista da inadimplência do consumidor, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, pondera que as notícias para 2019 tendem as melhores. "Para o ano que se inicia, espera-se que o processo de recuperação econômica se acelere, impulsionado pela alta da confiança com o novo governo e com as boas expectativas com as reformas estruturantes, que devem injetar ânimo nos agentes econômicos. Isso permitiria uma recuperação mais consistente do mercado de trabalho, melhorando o quadro da inadimplência como um todo", afirma a economista.
A estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequência de negativados. Em dezembro, mais da metade da população nesta faixa etária (52%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores, somando um total de 17,8 milhões.
Também merece destaque o fato de porcentagem significativa da população com idade entre 40 e 49 anos (50%) estar negativada, da mesma forma que acontece com os consumidores com idade entre 25 a 29 (44%). Entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 17% – em número absoluto, 4,1 milhões. Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 32%.
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