Prorrogação do auxílio emergencial cria expectativas de aumento nas vendas
Benefício ajuda a movimentar a economia e manter o comércio ativo
No último dia 5 de julho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editou o decreto que prorroga por mais três meses o pagamento do auxílio emergencial 2021 para famílias que já estão inscritas no cadastro público. Segundo o Ministério da Cidadania serão mantidos os valores pagos atualmente: R$ 150,00 por mês para pessoas que moram sozinhas, R$ 375,00 para mulheres chefes de família, R$ 250,00 para os demais beneficiários.
Desde o pagamento das primeiras parcelas, ainda em 2020, o auxílio foi fundamental para o mantimento de diversas famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica ou que perderam a sua principal fonte de renda por conta da pandemia. Tatiana Machado, mãe solteira, que está desempregada e recebe apenas uma pensão no valor de R$ 300,00, comenta que foi por meio do benefício que conseguiu pagar as contas e garantir o sustento da sua família. “Com a prorrogação, já nos ajuda na alimentação... Vai ajudar muita gente. Pelo menos pra mim, faz uma grande diferença, porque se eu ficasse só com os trezentos mensais da pensão, não ia me ajudar, ou eu ia pagar a conta de luz ou eu ia comprar comida”, revela a mãe solo.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o setor supermercadista foi impactado positivamente durante esse período, o qual acumulou alta real (deflacionada pelo IPCA/IBGE) de 9,36%, de janeiro a dezembro, em comparação ao mesmo período em 2019, Isso ocorreu por conta dos estímulos concedidos pelo governo, como o auxílio emergencial para a população, e a classificação como serviço essencial dos supermercados. Para Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados, a prorrogação do auxílio emergencial foi fundamental para ajudar as famílias e, consequentemente, movimentar a economia. “Porque sabemos que é dirigida essa ajuda (auxílio) para pessoas que estão, principalmente, desempregadas ou daquelas com renda muito baixa. Pra onde elas dirigem esse dinheiro que recebem? Geralmente, é com alimento. O setor supermercadista recebe essa contribuição, e veio como uma forma benéfica não só para a população como também para nós”, afirma o presidente.
Embora nem todos os setores sociais tenham sido impactados tão positivamente, o auxílio emergencial foi a principal forma de manter o comércio ativo. Segundo Joy Colares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém, a prorrogação é fundamental para as empresas e para as pessoas que são autônomas. “Essa ajuda (prorrogação do benefício) é um incremento no consumo. Isso faz com que de uma forma geral o comércio tenha uma movimentação e isso acaba se multiplicando”, comenta Colares.
Para Joice Rocha, dona de uma boutique de roupas, o auxílio emergencial foi um fator primordial para o seu negócio. Ela comenta que antes da pandemia, possuía apenas uma loja, e contava com apenas uma funcionária, e após o início do pagamento, ela adquiriu mais uma franquia e contratou 11 novos atendentes devido ao crescimento de 90% nas demandas do estabelecimento. “As pessoas estavam em casa, recebendo o auxílio, consequentemente, elas pediam muito. Implantamos o nosso online, com quatro atendentes, por conta de todo esse crescimento, e com a prorrogação, tende a aumentar mais ainda essas vendas. Passou julho, a galera já começa a comprar muito, já pensando em dezembro, então a perspectiva é muito boa com essa prorrogação”, enfatiza a empresária.
(Por Emilly Melo, estagiária, com supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Economia)
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